O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

domingo, 17 de abril de 2011

Os sem campo

O Governo do Estado conseguiu nesta semana dar um importante passo rumo a realização da Copa do Mundo Fifa de 2014 em Natal ao assinar a ordem de serviço para demolição do Machadão e construção do Estádio das Dunas. O problema é que, com a demolição do João Machado, prevista para logo após o término do Campeonato Estadual, América e Alecrim, respectivos representantes potiguares nas Séries C e D do Campeonato Brasileiro, ficarão sem estádio, sendo obrigados a se virarem por conta própria, arcando com numerosas quantias para mandar seus jogos em outros locais. O Alvirrubro, por exemplo, estima que, caso se confirme a ideia de mandar os jogos na cidade de Goianinha como já havia sido anunciado, perderá por jogo algo em torno de R$ 100 mil de renda a cada partida, sem contar com os gastos com logística de torcedores, transporte da delegação, indenização a donos de bares, dentre outros.
Para o presidente americano Clóvis Emídio é preciso dialogar com o Governo do Estado para viabilizar soluções para a falta do mando de campo no estádio Machadão. Clóvis lembra que na Série C de 2005, o América teve média de público em torno de 12 mil pessoas por partida em Natal. Jogando em Goianinha, o clube teria como atrair no máximo oito mil em virtude da capacidade do estádio. "Tem que existir um compromisso do governo para se suprir todos esses gastos", disse. O presidente rubro disse ainda que, caso o governo não entre em contato com o clube, a diretoria vai tentar viabilizar uma audiência com a governadora Rosalba Ciarlini nos próximos dias para tratar do assunto.
Questionado no meio de semana pela reportagem de O Poti sobre a assinatura da Ordem de Serviço do Estádio das Dunas, Orlando Caldas, presidente do Alecrim, disparou: "Ela (a governadora) vai assinar é nosso atestado de óbito". Para o dirigente, o momento de dificuldade financeira que o clube está passando só tende a se agravar com a perda de mando de campo no Machadão. Segundo ele, serão pelo menos R$ 1,8 mil de despesas por jogo, caso o time opte pela mesma opção do América, a cidade de Goiaininha. "A primeira opção do Alecrim, por questões financeiras, é também a cidade de Goianinha. O Alecrim não têm condições de alugar o Frasqueirão", disse. Segundo ele, o valor cobrado pela diretoria do ABC é fora da realidade do clube e não condiz com o que é pedido pelos outros clubes.
Quem está junto aos clubes nesta empreitada é a Federação Norte-Riograndense de Futebol (FNF). O presidente José Vanildo considera que o prejuízo para América e Alecrim será inestimável. "No momento em que um clube não pode definir um calendário de atividades, consequetemente datas, local, linhas de transporte, patrocínio, ele fica prejudicado. Afinal, quem vai patrocinar uma equipe onde não há nem na própria tabela da Série C um estádio definido?", indaga. O presidente da FNF considera ainda a falta de diálogo do poder público com as entidades esportivas e os clubes é um dos maiores obstáculos da Copa em Natal. Ele diz que não tem dúvidas da realização do Mundial em Natal, apenas teme os prejuízos que ele traga ao desporto potiguar. "O que eu tenho é a certeza que a Copa é importante para Natal, mas o que me preocupa é que a Ordem de Serviço fira mortalmente o futebol do nosso estado", comenta.
Fonte: Diário de Natal/O Poti

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