Numa partida tecnicamente
muito fraca e a única da rodada que não houve alteração no placar,
América e ABC ficaram num 0 a 0 irritante, a ponto da torcida ensaiar
uma vaia no final. O resultado, em termos de classificação foi ruim para
ambos, que viram alguns dos adversários na luta para fugir da zona de
rebaixamento vencerem e abrir mais uma “gordurinha” na frente dos dois
potiguares. Apesar de sua equipe ter criado as duas melhores
oportunidades da partida, ainda não foi dessa vez que Roberto Fernandes,
que estreou no comando do alvinegro, conseguiu a primeira vitória no
estádio Barrettão. O pequeno movimento na estrada de acesso ao
estádio, sequer fazia alguém crer que o Barrettão estaria próximo de
receber o clássico de maior rivalidade do Rio Grande do Norte. A cidade
de Ceará Mirim também não viu o seu movimento sequer dobrar durante o
dia, e dentro da praça esportiva, a torcida que ocupava apenas parte das
arquibancadas, mostrou que a mística do clássico não resistiu a péssima
campanha de América e ABC na série B. Muitos torcedores da cidade
também ficaram temerosos em comparecer com receio da violência entre as
torcidas organizadas. Para decepção do pequeno público presente, o confronto no primeiro tempo
refletiu o desânimo do torcedor. Os jogadores das duas equipes foram
contaminados pelo desânimo, a ponto da única defesa de um goleiro nos 45
minutos iniciais, ter sido realizada por Lopes só aos 42, num chute de
longa distância de Raí, que o camisa um alvinegro mandou para escanteio.
Esse lance seria necessário para resumir o que foi o confronto, de onde
se esperava muito mais foi apresentado pouco. Como não teve
tempo de montar sua nova equipe, Roberto Fernandes colocou o ABC
configurado para impedir que o adversário armasse suas jogadas
ofensivas. Vigiado de perto por Edson, Cascata não apareceu. O mesmo
ocorria do lado americanos que marcou forte os jogadores de criação
abecedistas. Na única boa trama da equipe, após tabelar com Erick
Flores, Digo Barcelos encontrou Guto bem colocado pelo lado esquerdo de
ataque, o lateral cruzou e a bola passou por toda frente do gol sem que
ninguém encostasse o pé. Muito pouco para duas equipes que necessitam de
recuperação. Em dois minutos do primeiro tempo, o ABC fez mais
que em todo o primeiro tempo criando as duas melhores oportunidades do
jogo. Na primeira, logo a um minuto, numa boa trama de ataque, a bola
sobrou com Thiaguinho na área, que chutou e Andrey fez excelente defesa.
Sequer o goleiro havia se recuperado do susto, em outra excelente trama
do ataque alvinegro, Erick Flores se livrou da marcação e chutou
colocado, fora do alcance do goleiro. Porém surgiu o pé salvador do
zagueiro Zé Antônio, que salvou o gol praticamente em cima da linha. O
América tentava responder, mas não tinha articulação ofensiva e
dependia basicamente dos lampejos do atacante Rodrigo Pimpão, que errou
todos os arremates tentados. Para complicar ainda mais a situação
de Argel Fucks, que via o time sem saída, Márcio Passos acabou expulso
de campo. Bem ao seu estilo, frente a um adversário inferiorizado,
Roberto Fernandes colocou o time do ABC mais ofensivo, fazendo uso de
Pingo e Jean Carioca. As chances chegaram a surgir, mas o centroavante
Gilcimar não contribuía, num dia apagado o camisa foi uma figura nula em
campo. Enquanto isso os demais homens de frente arriscavam de tudo
quando eram posições no ataque, atrás de conquistar mais três preciosos
pontos na luta contra o rebaixamento.
Ficha técnica:América:
Andrey, Norberto, Zé Antônio, Edvânio e Renatinho; Márcio Passos,
Fabinho, Cascata(Almir) e Rai(Laércio); Pimpão e Vandinho(Júnior
Negão). Técnico: Argel Fucks.
ABC: Lopes, Thiaguinho(Pingo),
Flávio Boaventura, Lino e Guto; Leandro Santos(Jean Carioca), Bileu,
Edson e Erick Flores; Gilcimar e Diogo Barcelos(Alexandre). Técnico:
Roberto Fernandes.
Árbitro: Francisco de Assis Almeida Filho(CE)
Renda: R$ 51.115,00
Público: 2.847 pagantes
Estádio: Barrettão
Vicente Estevam - Repórter/TN