|
Crédito da foto: Divulgação
|
Antes mesmo de viabilizar sua volta aos gramados, o Baraúnas se vê no
“olho do furacão” em sua parte administrativa. O clube realizou eleição
no mês passado, apontando
José Jerônimo(Foto) e Bárbara Freitas como
presidente e vice, respectivamente, mas o evento pode ser cancelado por
questões burocráticas. O conflito de ideias entre o novo presidente e
alguns integrantes do grupo de associados também agrava a situação. “Novas práticas com velhas práticas é igual a água e óleo. Graças a
Deus, como tenho consciência tranquila em tudo que faço, não me
considero óleo, me considero novas praticas”, disse José Jerônimo, em
mensagem de áudio postado no grupo de WhatsApp baraunense e repercutido
nas redes sociais, em clara demonstração de estar havendo
desentendimento na staff do clube. Na mensagem, com duração de 6 minutos e 18 segundos, Jerônimo afirma
que está deixando o tricolor: “Faz um ano que estou tentando ajudar o
Baraúnas, mas estou saindo agora. Não tenho interesse de brigar por isso
aqui, se o pessoal quer, é triste, lamentável, a instituição ficar
acéfalo, sem eu assinar a ata.” Ele se refere à assinatura do documento que permite legalidade para o
exercício da função, o qual ainda não foi assinado. Jerônimo e Barbara,
desde as eleições, vêm atuando a serviço do clube, mas sem tomar posse
nos respectivos cargos. O fato de ter sido tesoureiro do presidente
antecessor Damásio Medeiros seria o empecilho para Jerônimo exercer a
função de direito. “Não renunciei; foi um golpe, igual em Júlio Prestes em 1929. Ele
ganhou as eleições, mas quem assumiu foi Vargas”, disse em alusão ao
golpe político. Ainda no áudio, outra evidência de desentendimento foi a afirmação de
Jerônimo em dizer que suas posições observam o colegiado, mas são
firmes, sem se deixar levar por outras ideias já taxadas por ele de
“velhas políticas”. “O pessoal achava que a gente era ‘laranja’, ser manobrado, mas ficou
claro que a gente tinha nossas posições, tínhamos o grupo todo com a
gente, não cedemos e nem cederemos à chantagem. Sou Baraúnas, espero um
dia voltar, mas se tem alguém enganando, é alguém que não quer deixar o
time jogar (voltar aos gramados rapidamente)”, disse Jerônimo, que
defende o retorno da equipe rapidamente aos gramados e entende que isso é
possível dentro de um projeto viável. Segundo ele, o débito trabalhista do Baraúnas estimado em R$ 250 mil
não impede o tricolor de reativar o seu futebol profissional e também da
base, e citou o ABC como exemplo. “As situações são negociáveis. O
nosso vizinho aqui no estado, o ABC, tem R$ 33 milhões de dívida, mas
negociou e joga (os campeonatos).” A reportagem do DE FATO conversou com José Jerônimo nesta
segunda-feira (17/02). Ele preferiu não se estender no assunto; disse
apenas que haverá uma reunião nesta terça-feira (18/02) entre os
integrantes do grupo de associados do clube para esclarecer a situação,
se ele poderá ou não tomar posse à presidência ou se o clube fará novas
eleições com outro(s) candidato(s). “Recebi com surpresa (informação de ser impedido de assumir a
presidência), mas acredito que isso será esclarecido na reunião desta
terça-feira. Não sei se isso é boato, se houve erro de comunicação por
parte da comissão eleitoral; o que sei é que haverá essa reunião para
esclarecer os fatos”, disse.
Fonte: Jornal De Fato