Magnus Nascimento
Índio Oliveira deixou o América e retornou para Rondônia
sem avisar a direção do clube
Mas,
se dentro de campo as coisas pareciam caminhar para um futuro
promissor, fora das quatro linhas os problemas disciplinares de Índio
Oliveira se acumulavam: falta aos treinos, pouca disposição durante os
treinamentos e, o estopim para toda briga atual: abandonou o clube e
retornou a sua cidade Natal, Guajará-Mirim, em Rondônia. Antes disso,
ele tinha sido devolvido ao sub-20, pelo excesso de problemas
disciplinares no elenco profissional. A decisão do jogador pegou
todos do América de surpresa, principalmente o gerente de futebol,
Carlos Moura. “Foi uma tremenda coincidência. Eu estava no aeroporto com
Paulinho Freire, quando vimos o Índio Oliveira na sala de embarque.
Perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que tinha pedido
dispensa para resolver problemas particulares em casa. Até agora, ainda
não se reapresentou”, revela Moura. O encontro aconteceu no dia 21 de
junho e era para ele ter se reapresentado no último dia 24. O
técnico Roberto Fernandes também se mostrou surpreso com a decisão do
jogador em deixar o clube sem avisar e aconselha a jovem promessa. “Ele
está perdido. É um jogador que tem qualidade e estava treinando entre os
profissionais. Espero que ele pense sobre o que quer da vida para
conseguir recuperar esse tempo”, disse Fernandes. O jogador
explicou a situação, disse que estava sem ver sua mãe desde o início do
ano passado e que a saudade falou mais alto. Reconheceu o erro de não
ter avisado ao clube, mas, afirmou que se apresenta na próxima
quarta-feira. Resta saber se, depois desse “sumiço”, o América ainda
conta com o jogador para o restante da temporada. O presidente do
América, Alex Padang, afirmou que, quando o jogador retornar, quem vai
resolver a situação é o diretor de futebol Carlos Moura Dourado,
encarregado de definir o futuro de Índio Oliveira no clube.Já o caso de Romarinho(Foto), no ABC, é diferente de Índio Oliveira. O jogador alvinegro fez fama depois que um vídeo seu, em um jogo contra o América, pelo estadual sub-17 da temporada passada, virou sensação entre a torcida. No vídeo, Romarinho faz gols e jogadas que empolgam qualquer torcedor. Prevendo um assédio forte de empresários, a direção abecedista decidiu assinar contrato profissional com o atleta, para não perder a jovem promessa precocemente. Se na internet o atacante se mostrava uma grande promessa, entre os profissionais o desempenho não foi dos melhores. Mas, os problemas extra-campo, assim como Índio Oliveira, se acumulavam. Romarinho faltava aos treinos, não se empenhava nas atividades. No início da temporada, o então técnico do ABC, Givanildo Oliveira, conversou com Erandyr Montenegro, responsável pelas categorias de base do clube, para saber sobre a situação do atacante. “O Givanildo veio me perguntar e disse que queria utilizar o Romarinho. E eu disse que ele podia usar o garoto, que era acima da média. Mas, não sei o que aconteceu, não sei o que ele pensa para a vida dele, que não quer nada com o futebol. Não tem postura de profissional e mostra que não soube aproveitar a chance que teve nas mãos”, revela Montenegro. Assim como Índio Oliveira, Romarinho deixou o clube há duas semanas, afirmando que precisava resolver problemas familiares em Ceará-Mirim, cidade onde mora sua família e até o momento não se apresentou. “Não tenho mais pena do Romarinho. Ele nunca vai poder dizer que o ABC virou as costas para ele. O que aconteceu foi, justamente, o contrário. Tenho pena é da mãe dele, que olha para o filho como se fosse a sua última chance de redenção na vida. Isso que me deixa triste”, afirma Erandyr.
Felipe Gurgel - Repórter TN
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