O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nordestão, a salvação de um futebol excluído



O Nordeste é uma potência em termos de torcida, amor clubístico e principalmente em fidelidade. Isto por que a maioria dos clubes do nordeste vive a margem da elite, se apegando a estaduais deficitários e sem a menor graça. Fato este que propicia a inserção de colonialismo de equipes midiáticas do Brasil. Fidelidade esta do torcedor que se precisar deixa de comprar o pão de cada dia, mas não larga mão de assistir seu clube do coração. Fidelidade verdadeira que não se importa com títulos mundiais, e sim com seu clube da terrinha, na saúde financeira ou fora dela, na pobreza de títulos ou na bonança do gozo de vitórias. Valorizando suas raízes. Claro que certa parte é seduzida pelos Floretes televisivos, virando os mistos por osmose. Transformando-se em pseudo-torcidas de clubes que sequer o valorizam. Descaracterizando a face de sua verdadeira cultura clubística. Um Futebol que pouco a pouco foi sendo minado, seja pela festa das divisões de  cotas estratosférica limitada a poucos clubes, seja pelo amadorismo de seus gestores. Ou fraqueza no âmbito político. Contudo o que de fato importou mesmo foi à falência a nível nacional de inúmeros clubes, que quando conseguem o acesso a elite, apenas entra na competição para evitar uma nova queda. E quando resistem à primeira onda, é devastado por tsunami no segundo ou no mais tardar terceiro ano de disputa (raridade). Todavia, em meados dos anos 2000, início do século 21, a CBF decidiu organizar os torneios regionais, visando contornar a situação dos estaduais na época (com foco do “EIXO-Rio-SP”), torneios esses que davam vaga a um grande torneio central, a Copa dos campeões, com vaga a libertadores como premio, juntamente com boa quantia financeira. Copa Sul-Minas, Torneio Rio-São Paulo, Copa Centro-Oeste e etc., todas sem sucesso algum, com exceção de uma região. A Nordestina, a mais sofrida e que entrará no projeto por pura formalidade, pois como dito acima, o foco era na recuperação dos clubes do eixo. O Sucesso foi tamanho que incomodou bastante principalmente pelos estádios lotados, dando uma verdadeira lição de amor ao seu clube. E inesperadamente, quando os clubes alavancavam suas finanças e começavam a galgar novos horizontes, inclusive por dois anos seguidos clubes do norte e nordeste chegando às finais do torneio classificatório a libertadores, com o Paysandu sendo campeão em sua segunda edição, a CBF resolve mudar todo o calendário, e conseqüentemente retirando do calendário oficial a grande salvação do futebol local. Resumo, times do Norte sumiram do mapa, inúmeros do Nordeste foram bater na Série C, incluindo os tradicionais (Caso de Náutico, Bahia, Vitória etc.) além de manterem grande parte deles na B, C e D (C e D – divisões criadas nesta última década). Com o absurdo fim dos clubes dos treze e na negociação individual com as TVS, o abismo piorou, e o futuro dos nordestinos parecia negro, até o golpe de mestre que visa sua recuperação. Foto: Felipe Santana / Bahia NotíciasA volta do Nordestão, seguindo um modelo vencedor (Liga dos Campeões da Europa) e profissional. Com um evento digno de copa do mundo, com organização de seus grupos e com classificação justa, sem viradas de mesa ou favorecimento por tradição (Náutico foi o 4° e ficou de fora, por exemplo). Torneio que nasce com um bom aporte financeiro, com mídia em TV fechada e aberta, com patrocínios e vaga merecida para um torneio Sul-americano em 2014. Com interação com os estaduais, tendem a ser sucesso. Ainda mais com garantias de 10 edições oficiais. E o torcedor fiel poderá sentir o gostinho da rivalidade dentro de sua terrinha, não ficando a mercês de um Corinthians e Flamengo lá no cafundó dos Judas. Estádios lotados, uma vez que em plena 4ª divisão o Santa Cruz teve a melhor média de público. Sendo inclusive destaque nacional. Tendo um público de 65 mil em um jogo. Um Bahia na Série C com a Fonte Nova lotada. Um Sport com uma das três melhores médias da era de pontos corridos. Um PV Lotado para o Ceará lutando contra a degola, fora inúmeros outros estádios do nordeste que pulsa quando seus clubes estão em disputa. Mesma torcida (ou melhor parte dela), que infelizmente consegue colocar o Flamengo no topo do Brasil. Caso a torcida do Norte e nordeste, os mistos acordassem para sua importância, o Flamengo não serie sequer Top-5. Cerca de 70% de sua torcida encontra-se nestas Regiões. A Copa vem em boa hora, para tentar recuperar o tempo e os clubes perdidos. Com um modelo porreta e profissa, com status de sucesso, e mais uma arma contra o poder colonialista do eixo. Que venha a copa do Nordeste e que suas torcidas o abracem e lutem pelo seu sucesso com unhas e dentes. Nordestão 2013 GO Now 4ever. Orgulho do povo nordestino.

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