O
Nordeste é uma potência em termos de torcida, amor clubístico e
principalmente em fidelidade. Isto por que a maioria dos clubes do
nordeste vive a margem da elite, se apegando a estaduais deficitários e
sem a menor graça. Fato este que propicia a inserção de colonialismo de
equipes midiáticas do Brasil. Fidelidade esta do torcedor que se precisar deixa de comprar o pão de
cada dia, mas não larga mão de assistir seu clube do coração.
Fidelidade verdadeira que não se importa com títulos mundiais, e sim com
seu clube da terrinha, na saúde financeira ou fora dela, na pobreza de
títulos ou na bonança do gozo de vitórias. Valorizando suas raízes.
Claro que certa parte é seduzida pelos Floretes televisivos, virando os
mistos por osmose. Transformando-se em pseudo-torcidas de clubes que
sequer o valorizam. Descaracterizando a face de sua verdadeira
cultura clubística. Um
Futebol que pouco a pouco foi sendo minado, seja pela festa das
divisões de cotas estratosférica limitada a poucos clubes, seja pelo
amadorismo de seus gestores. Ou fraqueza no âmbito político. Contudo o
que de fato importou mesmo foi à falência a nível nacional de inúmeros
clubes, que quando conseguem o acesso a elite, apenas entra na
competição para evitar uma nova queda. E quando resistem à primeira
onda, é devastado por tsunami no segundo ou no mais tardar terceiro ano
de disputa (raridade). Todavia, em meados dos anos 2000, início do século 21, a CBF decidiu
organizar os torneios regionais, visando contornar a situação dos
estaduais na época (com foco do “EIXO-Rio-SP”), torneios esses que davam
vaga a um grande torneio central, a Copa dos campeões, com vaga a
libertadores como premio, juntamente com boa quantia financeira.
Copa
Sul-Minas, Torneio Rio-São Paulo, Copa Centro-Oeste e etc., todas sem
sucesso algum, com exceção de uma região. A Nordestina, a mais sofrida e
que entrará no projeto por pura formalidade, pois como dito acima, o
foco era na recuperação dos clubes do eixo. O Sucesso foi tamanho que incomodou bastante principalmente pelos
estádios lotados, dando uma verdadeira lição de amor ao seu clube. E
inesperadamente, quando os clubes alavancavam suas finanças e começavam a
galgar novos horizontes, inclusive por dois anos seguidos clubes do
norte e nordeste chegando às finais do torneio classificatório a
libertadores, com o Paysandu sendo campeão em sua segunda edição, a CBF
resolve mudar todo o calendário, e conseqüentemente retirando do
calendário oficial a grande salvação do futebol local. Resumo, times do Norte sumiram do mapa, inúmeros do Nordeste foram
bater na Série C, incluindo os tradicionais (Caso de Náutico, Bahia,
Vitória etc.) além de manterem grande parte deles na B, C e D (C e D –
divisões criadas nesta última década). Com o absurdo fim dos clubes dos treze e na negociação individual com
as TVS, o abismo piorou, e o futuro dos nordestinos parecia negro, até o
golpe de mestre que visa sua recuperação.
A
volta do Nordestão, seguindo um modelo vencedor (Liga dos Campeões da
Europa) e profissional. Com um evento digno de copa do mundo, com
organização de seus grupos e com classificação justa, sem viradas de
mesa ou favorecimento por tradição (Náutico foi o 4° e ficou de fora,
por exemplo). Torneio que nasce com um bom aporte financeiro, com mídia em TV
fechada e aberta, com patrocínios e vaga merecida para um torneio
Sul-americano em 2014. Com interação com os estaduais, tendem a ser
sucesso. Ainda mais com garantias de 10 edições oficiais. E o torcedor fiel poderá sentir o gostinho da rivalidade dentro de
sua terrinha, não ficando a mercês de um Corinthians e Flamengo lá no
cafundó dos Judas. Estádios lotados, uma vez que em plena 4ª divisão o
Santa Cruz teve a melhor média de público. Sendo inclusive destaque
nacional. Tendo um público de 65 mil em um jogo. Um Bahia na Série C com
a Fonte Nova lotada. Um Sport com uma das três melhores médias da era
de pontos corridos. Um PV Lotado para o Ceará lutando contra a degola,
fora inúmeros outros estádios do nordeste que pulsa quando seus clubes
estão em disputa. Mesma
torcida (ou melhor parte dela), que infelizmente consegue colocar o
Flamengo no topo do Brasil. Caso a torcida do Norte e nordeste, os
mistos acordassem para sua importância, o Flamengo não serie sequer
Top-5. Cerca de 70% de sua torcida encontra-se nestas Regiões. A Copa vem em boa hora, para tentar recuperar o tempo e os clubes
perdidos. Com um modelo porreta e profissa, com status de sucesso, e
mais uma arma contra o poder colonialista do eixo. Que venha a copa do Nordeste e que suas torcidas o abracem e lutem
pelo seu sucesso com unhas e dentes. Nordestão 2013 GO Now 4ever.
Orgulho do povo nordestino.
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