Oliveira Canindé foi vaiado e chamado de "burro" (Foto: Augusto Gomes/GE.com)
Vida
de treinador não é fácil. Exaltado após a classificação histórica na
Copa do Brasil, quando foi um dos poucos que acreditaram que era
possível golear o Fluminense no Maracanã, o técnico Oliveira Canindé
teve que ouvir vaias e os gritos de "burro" de parte da torcida do
América-RN. A derrota para a Ponte Preta, na Arena das Dunas, não estava
no roteiro dos torcedores, muito menos da comissão técnica e diretoria
do Alvirrubro. A expectativa era se aproximar do G-4, mas o time foi mal
diante um adversário forte e eficaz. Os gols da Macaca foram marcados
aos quatro e 11 minutos do segundo tempo, por Adrianinho e Rafael Costa,
respectivamente. Aos 15 minutos, Oliveira sacou
Rodrigo Pimpão,
um dos artilheiros da Série B e xodó da torcida americana, para a
entrada de Isac. O atacante abriu os braços e demonstrou que não gostou.
Vieram, então, as primeiras vaias. Nós buscávamos alternativas
pelo menos para forçar o jogo com dois pivôs, dois homens fortes que
pudessem brigar. O time deles, depois que conseguiu o gol, se fechou
ainda mais. Precisávamos forçar o jogo aéreo - explicou o treinador ao
final do jogo. O comandante rubro lembrou que a Ponte estava com a
marcação muito encaixada, o que dificultava as investidas do ataque
americano. Oliveira ainda revelou que a mudança serviu para preservar
Pimpão. Pimpão estava tendo dificuldade. É um jogador que eu
gosto, particularmente. Sei que ele pode muitas vezes fazer a diferença,
mas, da maneira que a Ponte estava posicionada, dificilmente mudaria
alguma coisa do que estava acontecendo. E eu também tenho que olhar lá
para a frente. Foi até uma forma de resguardá-lo um pouco mais, porque
sabemos que ele é importante para o grupo. Ao mesmo tempo, tentamos dar
um pouco mais de ritmo para Morais porque precisamos de todo mundo
nestes momentos - destacou. Ainda no intervalo, Oliveira havia
trocado Paulo Henrique e Daniel Costa por Arthur Henrique e Morais, que,
recuperado de lesão na coxa direita, voltou a jogar após um mês. As outras mudanças foram para ganhar um pouco mais de mobilidade, um
pouco mais de velocidade. Tentamos ocupar os espaços com mais qualidade.
Só que as coisas não funcionaram, pois, em dois erros que cometemos,
perdemos o jogo para um adversário que espera teu erro para tirar
proveito. Foi isso que aconteceu - ratificou.
Tudo certo no vestiário
Pimpão saiu de campo sem falar com treinador (Foto: Augusto Gomes/GE.com)
Quanto
ao clima no vestiário, após a derrota, Oliveira lembrou que não chegou a
conversar com Pimpão, mas acredita que o atacante entendeu a alteração.
O treinador ainda lamentou o fato de, mais uma vez, ter desperdiçado a
chance de colar no G-4. Não tem muito o que conversar depois de
um jogo como este. Geralmente, chego no vestiário, falo com o pessoal,
mas só quando há alguma exaltação, ou outra coisa que possa
atrapalhá-los ou entristecê-los. Me coloco mais como um escudo para
tentar segurar a onda. Mas, numa situação como esta, não tem muito o que
falar. Tenho certeza que ele entendeu. É um menino que se preocupa com o
grupo também, assim como todos nos preocupamos. Nós imaginávamos vencer
o jogo e nos aproximarmos do pelotão da frente, mas, infelizmente, mais
uma vez, nós não conseguimos. Fica o alento para que despertemos quanto
a isso, sabendo que não dá para lamentar demais porque outro jogo tão
difícil quanto esse se avizinha (contra o Náutico) - finalizou. Com
o revés, o Mecão caiu três posições e agora está na 13ª colocação, com
23 pontos. O próximo compromisso, contra o Náutico, válido pela 18ª
rodada da Série B, será neste sábado, às 16h10, na Arena Pernambuco.
Por GloboEsporte.comNatal
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