Dentre eles está o médico José Medeiros, um dos conselheiros mais atuantes do América e que, ao lado do presidente do conselheiro deliberativo do clube, José Rocha, são contra os termos de contrato apresentado pela OAS a Alex Padang. "São 48 páginas de contrato e muitos artigos. E, em vários pontos, o América sai prejudicado nesse acerto. Primeiro, a OAS quer que o clube seja responsável pela Arena das Dunas pelos próximos 15 anos, arcando com todos os custos de um estádio daquele porte. Em contrapartida, eles patrocinariam o América no período de 1 ano e meio. Isso não podemos aceitar", revelou José Rocha. Com um tom mais radical em relação ao contrato, José Medeiros afirma que, se fosse por sua decisão, não teria nem conversa com a OAS. O principal, de acordo com ele, é continuar com as obras da Arena do Dragão. "Se essa empresa que está construindo a Arena das Dunas não tem nenhum projeto futuro para tornar o local sustentável, que procurem outra maneira e não tentem atrapalhar a vida do América. O nosso estádio vai sair de qualquer forma", afirma Medeiros, que é um dos responsáveis por controlar o caixa de verbas para o andamento das obras no futuro estádio americano. Mesmo não confirmando, o clima entre conselho deliberativo e o presidente americano aparenta ser tenso, no atual momento. Na última quinta-feira, convidado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a fazer uma visita às obras da Arena do Dragão, José Rocha foi até o local acompanhado de José Medeiros, Francisco Sobrinho, engenheiro responsável pela obra e alguns torcedores. Durante a visita, apareceu o presidente do clube, Alex Padang, acompanhado do advogado Osvaldo Sestário, que representa o América nos julgamentos do STJD, no Rio de Janeiro e Paulo Schmitt, procurador do STJD, que estavam fazendo uma visita as instalações do clube e iriam fazer uma palestra aos jogadores americanos. Foi quando Alex Padang perguntou a José Rocha, quando a Arena do América ficaria pronta. A resposta do presidente do conselho deliberativo deixou o ambiente tenso. "Se eu tivesse R$ 5 milhões na mão, já estaria pronto. Mas, você foi divulgar na mídia esse contrato com a OAS e a situação ficou complicada", disse Rocha, diante de todos os presentes. Outra informação colhida seria que Padang teria solicitado ao grupo que está gerenciando as obras do estádio americano, recursos para investir no futebol. "Isso não existiu. E mesmo que tivesse acontecido, seria como as ondas do mar. Iriam bater e voltar, quantas vezes fosse necessário. O dinheiro do nosso estádio vai ser investido no estádio e não no futebol. Isso é uma certeza de tenho", afirmou Medeiros. Em relação a possibilidade de renúncia do presidente Alex Padang, caso o contrato com a OAS não seja aceito pelo conselho deliberativo, tanto José Rocha, quanto José Medeiros, se mostraram tranquilos. "Essa possibilidade nunca foi comentada por Padang, pelo menos comigo não. Tenho certeza de que ele não vai tomar essa decisão. Ele está sendo um grande presidente para o América", disse Rocha. Já Medeiros foi mais taxativo e usou a história do próprio América para falar sobre a possibilidade de renúncia. "Quero deixar claro que não tenho nada contra o presidente Alex Padang. Mas, a história do América foi feita de renúncias e clube sobreviveu a todas", finalizou Medeiros.
Felipe Gurgel - Repórter de Esportes
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