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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Um acesso divisor de águas



O jornalista Gabriel Negreiros cedeu a coluna do Jornal de Hoje para que o jornalista Carlos Guerra Júnior fizesse um material especial sobre o Baraúnas na edição desta terça-feira (24). Carlos Guerra é mossoroense e está fazendo mestrado em comunicação na renomada Universidade de Coimbra em Portugal. Confira na íntegra o material produzido:
Um acesso divisor de águas
O acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro é um divisor de águas na história do Baraúnas. O maior adversário do clube sempre foi a instabilidade. Como conseguir um grande patrocinador sem saber se vai jogar mais do que quatro meses? Sem ter o que oferecer de retorno? E pior: nos últimos quatro anos, o clube só havia jogado realmente durante os quatro meses. Por isso, agora com o acesso conquistado, o Tricolor pode enfim ter uma temporada completa para oferecer aos seus torcedores e patrocinadores. O acesso também significa o ressurgimento da equipe. O Leão viveu momentos de glória entre 2004 e 2007. Foram os quatro melhores anos da história do clube, com as conquistas do Campeonato Estadual (2006), duas Copas RN (2004 e 2007) e a campanha histórica na Copa do Brasil (2005). Entretanto, o Leão hibernou desde então. Com salários atrasados, credibilidade em baixa, derrotas frequentes, Estádio Nogueirão se deteriorando e nenhuma competição nacional para disputar, o Baraúnas não via um horizonte. A fusão com o Potiguar passou a ser muito comentada, para que o futebol mossoroense não se acabasse. Era a lógica de que separados somos fracos e juntos poderemos ser fortes. A própria Prefeitura de Mossoró chegou a deixar de patrocinar o clube por uma temporada, no ano de 2010, quando o clube viveu às minguas, jogando em Assú durante parte do Estadual, por conta da interdição do Nogueirão. Neste ano de 2010, o então presidente João Dehon mantinha o clube com renda própria, sem nenhum patrocinador. Os jogadores foram contratados através de testes e muitos deles nada recebiam. Enfim, o destino era falência ou fusão com o rival. O cenário começou a mudar no final do ano passado, quando um grupo de torcedores resolveu assumir o clube. Com pouca ou nenhuma experiência no futebol, o grupo gestor sofreu bastante, cometendo vários erros, até infantis ou amadores. Coisa de quem está começando. No primeiro turno do Estadual, o choque de gestão da diretoria não deu bons resultados. O Leão foi eliminado na primeira fase e o projeto do clube foi ameaçado. Entretanto, no segundo turno, com a troca de Diá por Wassil Mendes no comando técnico da equipe, o Baraúnas conseguiu o primeiro grande objetivo, que era a classificação para a Série D. Apesar da ameaça de não participação da Série D e o presidente Eudes Fernandes especular a renúncia, a diretoria do Baraúnas estava mais calejada. No Brasileiro, não repetiu os erros, contratou melhor e continuou mantendo a regra número um para o sucesso: pagar em dia.
Daí, o caminho para o acesso foi sendo traçado. A campanha foi excelente. A única derrota aconteceu em um jogo contra o Campinense, que foi marcado por um erro drástico da arbitragem, que não marcou pênalti em um lance que o atacante Máxuell foi internado e teve consecutivas convulsões por alguns dias, de tão forte que foi a cotovelada que sofreu na nuca.
Mas, enfim, atropelando Campinense, Sousa, Horizonte, Ypiranga e Petrolina, o Baraúnas chegou ao acesso merecido e agora sim pode pensar como um time grande. Parabéns a todos que fazem parte do Tricolor. Rumo ao título da Série D!
Pitbull e Érico
Vários jogadores estão se destacando na campanha do Baraúnas no Campeonato Brasileiro da Série D. Atletas como Índio e Nildo já são consagrados no Baraúnas. Entretanto, dois jogadores entraram na galeria dos grandes ídolos da história do Tricolor: Adalgiso Pitbull e Érico. Érico se consagra porque está em uma temporada perfeita. Ele foi o goleiro menos vazado do Estadual e vem mantendo essa regularidade na Série D, sobretudo no primeiro jogo da semifinal contra o Campinense, quando fez seguidas defesas complicadas em uma partida que o Barú jogou com um a menos desde os 18 minutos do primeiro tempo. Já Pitbull, que tinha proposta do Bahrain, mas continuou no Leão, é um reserva, mas um reserva que resolve e está marcado na história do Baraúnas, como o atacante dos gols importantes. Ele fez o gol contra o Santa Cruz, que classificou o Baraúnas para a Série D. Agora, marcou o segundo gol da vitória contra o Campinense, que garantiu o acesso para a Série C. Começou essa história de fazer gol importante no ano passado, quando tirou o clube por duas vezes da crise, ao fazer os dois gols que garantiram vitórias em clássicos contra o Potiguar por 1 a 0. Já virou rotina marcar também contra ABC e América, assim como em partidas complicadas e decisivas.
Copa do Brasil
Após a conquista do acesso, o próximo passo da diretoria do Baraúnas é convencer ao presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF), José Vanildo, de que o Leão é o legítimo representante da Copa do Brasil de 2013. O argumento é que o time obteve a melhor campanha no Campeonato Estadual, critério que tem feito outras federações indicar as equipes participantes, assim como é o critério estabelecido no próprio regulamento da competição. Engrossa o discurso ao argumentar agora que tem um calendário anual.
Por: Carlos Guerra Junior

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