Júnior Santos
Nazarenão enfrenta um tipo de rejeição e público é decepcionante
Isso está obrigando a diretoria alvinegra pensar numa série de estratégias de marketing não apenas para aumentar o número de sócios-torcedores, mas também para levar o público de volta ao estádio Frasqueirão. Dos grandes clubes natalenses, o ABC é o único que tem o conforto de não precisar fazer sua torcida se deslocar da cidade para acompanhar os seus espetáculos, ainda assim a média de público do clube é de 5.087 pagantes. Uma das estratégias para tentar aumentar essa presença tem sido o sorteio de um salário-mínimo entre os torcedores, a cada partida no Frasqueirão. Afetados diretamente pela falta do planejamento do governo de um plano B, com a finalidade de atender aos clubes que seriam prejudicados com a demolição do Machadão para construção da Arena das Dunas, América e Alecrim, que decidiram mandar seus jogos no estádio Nazarenão, em Goianinha, vivem dias piores. Rival do alvinegro em tudo que se possa imaginar, na atual temporada, com a distância e a limitação do estádio interferindo negativamente na vontade dos torcedores comparecerem aos jogos, o América está longe do ABC na questão de média de público e renda. A disputa do alvirrubro este ano, em termos de média de público e arrecadação, está se dando contra os clubes mossoroenses. Vale lembrar que pelos lados do Oeste os dois representantes não tiveram boa participação no primeiro turno e ainda assim andaram muito próximos do alvirrubro natalense que registra uma média de 1.190 de torcedores por partida, contra 1.120 do Potiguar e 1.075 do Baraúnas. O que dirá o Alecrim, clube que sentiu o maior golpe com a obrigação de mudar de endereço. Sem conquistar títulos desde a década de 80, o clube que já convivia com dificuldade extrema ainda podendo contar com o Machadão, hoje ostenta a pior média de público do Estadual. Mesmo com os números insuflados pelo confronto com o ABC, o qual conseguiu mandar no Frasqueirão, a média de público do verdão não passa de 339 por jogo. Se não fosse por essa concessão abecedista, o quadro seria mais dramático. Prova disso é que os alecrinenses encabeçam a lista do quadro de piores renda e público com as três primeiras colocações. Na derrota de 2 a 0 para o Baraúnas, apenas 42 torcedores pagaram ingresso, ou seja, isso é menos gente que um ônibus pode comportar. Contra o Potiguar, houve um discreto aumento de torcedores e 64 pessoas pagaram ingresso, para acompanhar uma nova derrota da equipe. O jogo de maior público do time esmeraldino em Goianinha reuniu apenas 85 pagantes. Ou seja, o Alecrim está dentro daquela categoria de clubes que paga para jogar, são raras as partidas onde as receitas são suficientes para cobrir todas as despesas, o que obriga o presidente da agremiação, Orlando Caldas, e toda sua diretoria a usar da imaginação e impedir que um dos mais tradicionais clubes do futebol potiguar feche suas portas por insolvência. "Se não fosse a Federação Norte-riograndense se responsabilizar pelo pagamento da arbitragem, ainda ajudar nas despesas com locomoção e hospedagem, nós não teríamos condições de disputar esse Estadual. Pelo levantamento que fizemos, só para jogar teríamos de gastar em torno de R$ 23 mil. Há muito tempo que vivemos apenas daquilo que conseguimos arrecadar nos jogos contra ABC e América apenas", ressaltou Orlando Caldas. O presidente alecrinense ressaltou que no tempo do Machadão, as coisas não eram uma maravilha, mas também estava longe de ser considerado o caos total. "Atuando no Machadão nossa média de torcedores ficava em torno de 500 pagantes. Nos jogos pelo Estadual dava para cobrir os nossos gastos. Agora não, continuando assim não teremos como resistir por muito tempo. Vivemos hoje daquilo que conseguimos arrecadar com nossos beneméritos e com o pouco patrocínio que conseguimos arrumar. Mas esse grupo vem se reduzindo ano a ano", salientou o presidente alecrinense.
Vicente Estevam - Repórter de Esportes
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