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domingo, 26 de maio de 2013

Lutadora supera preconceito da família e se torna 'pitbull' no MMA

Bethe 'Pitbull' Correia, lutadora de MMA (Foto: Arquivo Pessoal)
Bethe 'Pitbull' Correia, lutadora de MMA, supera
preconceito da família (Foto: Arquivo Pessoal)
 
A lutadora de MMA Bethe Correia está confirmada na 17ª edição do WCombat, marcado para o dia 1º de junho, na cidade de Santana, no Amapá. A adversária será a macapaense Juliete "Jupitbul". As atletas farão a única luta feminina da edição e, segundo Bethe, a ansiedade em disputar mais uma luta está sendo trabalhada com muito treino. Estou muito animada e treinando forte. A preparação está a mil, com exercícios de todas as modalidades e com um gás extra na parte física. Vou para a minha quinta luta no MMA e a vontade de vencer está muito grande - conta a lutadora ao GLOBOESPORTE.COM. Sobre o estilo de luta da adversária, Bethe conta que sabe pouco, mas que pretende colocar em prática seus melhores golpes, aprendidos no boxe chinês, muay thai e luta livre, para conseguir mais um nocaute. Eu não sei muito o estilo dela, mas vou priorizar o meu jogo, que é o muay thai. Eu não gosto muito da luta amarrada, meu estilo é mais na trocação, em pé, partindo para cima e trabalhando bem os socos e chutes - explica Bethe. Natural de Campina Grande, mas radicada em Natal, a "Pitbull" ganhou esse apelido na academia Pitbull Brothers, dos irmãos Patricio e Patricky Freire. A última vitória de Bethe foi sobre a sergipana Karol Mutante, com um nocaute na primeira edição do Bokum Fight, em Aracaju. Com um cartel de quatro lutas como atleta de MMA, Bethe se mantém invicta desde que iniciou no esporte, há pouco mais de um ano.
Karol Mutante perde no Bokum Fight (Foto: João Áquila / GLOBOESPORTE.COM) 
Bethe Correia venceu Karol Mutante na primeira edição
do Bokum Fight, em Sergipe (Foto: João Áquila)
Contra o preconceito
As adversidades encontradas pela lutadora não foram somente no octógono. Bethe conta que, diariamente, sofre preconceito nas ruas, devido ao porte físico desenvolvido em decorrência dos treinos de musculação. Mesmo assim, ela supera as dificuldades e continua fazendo o que gosta, que, para ela, é "meter a porrada". Sinto um certo preconceito porque o corpo de um atleta muda muito devido à malhação. Muitos soltam piadinhas e acham ridículo. Eu nunca pensei em parar e até acho graça da ignorância das pessoas, porque não conhecem um atleta desse esporte e acabam falando bobagens. Dá até mais ânimo e vontade de lutar. Meu prazer é meter a mão - reclama a lutadora. O mesmo pensamento é compartilhado pela família da atleta. Segundo Bethe, eles são contrários à escolha que ela fez pelo MMA. Os pais nunca assistiram a uma luta e não aprovam a decisão da filha em ser lutadora de MMA. Minha família odeia. Meu pai me disse que nunca pensou que uma filha dele fosse lutadora, ainda mais porque sou a caçula, de quatro irmãs. Ninguém da minha família gosta. Quando sou convidada para uma luta ou demonstração de muay thai, eles falam que não querem assistir - lamenta. Aos 29 anos, Bethe acredita que fez a melhor escolha da sua vida, deixando de lado um emprego de auxiliar administrativa para se tornar uma atleta de artes marciais. Atualmente, além dos patrocínios que conseguiu, Bethe recebe todo o apoio do marido, que custeia o material e os treinamentos da atleta. Meu marido é meu maior incentivador. Ele entende a minha escolha e me respeita por isso. Ele não pratica luta, mas está comigo em todas as batalhas na carreira. Deixei meu emprego para me dedicar ao esporte, porque ele me propôs esse conforto - explica Bethe.
Rotina de treinos
Bethe 'Pitbull' Correia, lutadora de MMA (Foto: Arquivo Pessoal) 
Bethe mostra as marcas nas mãos após um dia de treinamento
(Foto: Arquivo Pessoal)
Como todo atleta de alto rendimento, a rotina de treinos da lutadora é puxada. De segunda a sexta-feira, Bethe realiza três atividades por dia, alternando entre exercícios físicos e séries de muay thai e luta livre, suas especialidades. Aos sábados, ela participa de treinamentos intensivos, sob a supervisão do treinador Mário Novaes, no tatame da academia. Nesses treinos, a única mulher é Bethe, mas ela diz que não se incomoda com o "clube de bolinha". - Isso é natural do esporte. A maioria dos praticantes é formada por homens, por ser um esporte de muito contato. Mas como eu pratico, outras meninas também estão entrando no MMA, pela curiosidade ou mesmo por gostar - declara. Quando surge uma folga, Bethe é rápida em responder que prefere uma praia e um bom filme para distrair a mente e aliviar o corpo. Por morar numa cidade tão bela como Natal, nada mais justo do que aproveitar uma boa praia quando estou de folga. Outra opção é assistir a um bom filme com o meu marido, de preferência com luta - brinca Bethe.
Cabeça no UFC
Para todo lutador, a grande vitrine do esporte é estar no seleto grupo de atletas que compõem o Ultimate Fighting Championship, evento que reúne os melhores e mais bem pagos do MMA. Atualmente, há uma crescente busca por lutadoras para ingressar na organização e essa procura agita o coração de Bethe. Iniciante no esporte, ela não esconde de ninguém o interesse em ingressar no UFC. Para tanto, Bethe passará por um período de treinos na academia Team Nogueira, no Rio de Janeiro, e pretende aperfeiçoar ainda mais a sua luta, ao lado dos irmãos Rodrigo e Rogério Minotauro. Desde a minha primeira luta, eu penso em ser campeã. Estou focada nesse projeto. Após essa luta em junho, vou participar de um período de treinos na Team Nogueira, no Rio de Janeiro. O meu empresário está viabilizando esse projeto e vamos trabalhar com muita dedicação para conseguir essa vaga. Será uma grande honra treinar ao lado dos irmãos Minotauro. Estou bastante confiante e tenho grandes chances de ser a mais nova lutadora do UFC - planeja Bethe.
Por Jocaff Souza Natal

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