
Hugo Sales chegou ao Baraúnas
para substituir Filinto Holanda. Ficou no comando do Tricolor durante oito
jogos e não conseguiu nenhuma vitória. Foram cinco derrotas e três empates.
Após o revés para o Santa Cruz por 1 a 0, Hugo viajou ao Rio de Janeiro em
busca de reforços oriundos do Fluminense. Seriam jogadores não aproveitados
pelo técnico Abel Braga para a disputa da Série C. A bagagem de Hugo ainda está
em Mossoró. O treinador tinha as passagens compradas para voltar a Mossoró no
dia 28 de março. Entretanto, no decorrer desta
semana o técnico do Potiguar de Mossoró, Samuel Cândido, foi demitido e a
pressão para contratar um novo treinador no Baraúnas cresceu ainda mais. Samuel
já era um desejo da diretoria e dos torcedores do Tricolor. A pressão em cima
dos ombros do presidente Eudes Fernandes ficou insustentável. Hugo foi demitido
por telefone. Em pouco mais de 20 minutos de conversa com o blog, o treinador
que estava no Nacional da Paraíba, antes de vir para o Baraúnas, afirmou que não
ficou magoado com a demissão, mas lamentou não poder continuar a desenvolver o
seu trabalho quando as coisas já estavam melhorando. "Pela quantidade de
resultados negativos era comum eu ser demitido antes, só que o Baraúnas vinha
atravessando uns problemas sérios de extracampo que você tinha acompanhado.
Assim que cheguei ao baraúnas já se cogitava mandar jogadores embora. A pedido
meu os jogadores ficaram para ver se tinha alguma chance de levantar o plantel.
O que eles reclamavam muito era da Toca do Leão. Por ser distante da cidade os
jogadores não tinham uma vida social. Era muito desgaste. Reclamavam também do
gramado da toca. Alguns jogadores já estavam um pouco desgastados no Baraúnas.
Alguns estavam tristes porque a torcida não estava gostando do desempenho
(primeira fase). O presidente ficava muito triste. O Eudes é praticamente uma
pessoa sozinha para levantar dinheiro. É muita dificuldade para poder manter
uma equipe profissional. Acontecia esse desgaste no decorrer do dia a dia.
Começaram as derrotas... perdemos copa do brasil 2013, 2014, me falaram que
essa situação já estava anunciada, mas estava sendo encoberta pelas vitórias.
Infelizmente não consegui recuperar o grupo. Vários jogos eu tive que fazer substituições
dentro da partida sem eu querer por conta de contusões. Não existe um culpado nessa história. Faltou um melhor
planejamento, uma reunião no início, minimizar os problemas. Batalhei muito com
o Berg pra hoje os jogadores já estarem em outra casa. Devem contratar mais
jogadores. Eu acho que com essa paralisação o time vai ter mais condições de
treinamento e o Samuel vai ajeitar o time no padrão. Lamento muito, mas quando
pensei que realmente ia começar a trabalhar com a chegada dos novos jogadores e
aluguel da casa, 10 dias de preparação não tive mais tempo",
explicou Hugo. Após o término da Primeira Fase
do Estadual o Baraúnas acionou a Federação Norte Rio-Grandense de
Futebol (FNF)
na justiça, por conta da vaga da Copa do Brasil de 2013. Hugo deixou no
ar a
dúvida se as falhas de arbitragem contra a equipe do Baraúnas teriam a
ver com
essa situação. O treinador também explicou que a sua viagem ao Rio de
Janeiro seria em busca de reforços para o Baraúnas provenientes do
Fluminense, atual campeão brasileiro. "Não sei se foi por conta
que o Baraúnas acionou a FNF na justiça por conta da vaga na Copa do Brasil ou não sei se arbitragem
foi muito mal. Perdemos para Alecrim e América com erros de arbitragem, depois
tive que fazer dispensas. Alguns jogadores dispensados por mim, e outros pela
diretoria. Muito desgaste sabe, muitos problema extracampo, picuinhas, muitas
inverdades criadas dentro do Baraúnas, isso atrapalha muito um clube de futebol
e isso reflete dentro de campo. Em uma conversa com o presidente eu falei 'como
vamos proceder daqui pra frente?'. Recebi um telefonema de um amigo meu
coordenador do Fluminense, ele me ofereceu alguns jogadores do Fluminense com
um contrato para Série C... Jogadores que o Abel não estava aproveitando. Eu
teria que vir aqui no Rio de Janeiro para fazer uma reunião com os dirigentes.
O Fluminense iria ajudar no salário. A pressão em cima do presidente era muito
grande para ele me trocar. Eu deixei inclusive a minha mala ai. Eu não sai
demitido, aconteceu do Samuel sair do Potiguar
na noite que viajei, ai então a pressão aumentou mais. É uma coisa
natural. Então o presidente chegou a me ligar. O Samuel conseguiu a vaga pra
Copa do Brasil, mas perdeu 3 ou 4, não sei e foi demitido. Já que eu estava
aqui no Rio ele conversou comigo e aceitei numa boa", relatou Hugo. O treinador ainda afirmou que não
acredita que houve corpo mole por parte dos jogadores e aproveitou para
agradecer bastante a dedicação da diretoria. "Foi falado muito que eu
falei que o Curuca tinha feito corpo mole. Não existiu isso em momento nenhum.
O que existiu foi uma falta maior de doação dentro de campo. Isso aí são fatores
extracampo que eu já peguei e não consegui reanima-los, dar uma sacudida para
eles esquecerem isso tudo. Encontrei um grupo desgastado. É normal, existe
mesmo desgaste, confronto com a imprensa, alguns torcedores, o dia a dia na
toca... Não saio com nenhuma mágoa. É um fato normal, apesar de todo extracampo
ter acontecido erradamente, eu entendi pelo fato normal eu ter saído. O
presidente sofre muita pressão. É uma pessoa muito boa, da todo apoio, atenção,
não ficou mágoa nenhuma. Isso existe. O Zezinho chega de manhã cedo e trabalha
praticamente 24h com o Baraúnas, ai o pessoal fala dele, não existe não. Tem
que ter paz. Só quero agradecer a todos ai de Mossoró pela força. Infelizmente
eu não consegui levar pra campo a tão esperada campanha que era esperado pelo
Baraúnas. Futebol não é só feito dentro de campo. Quando os dois lados não se
casam fica um pouco difícil", finalizou.
Foto: Wilson Moreno/Gazeta do Oeste
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