Alex Régis
Eduardo Lincoln Neves diz não acreditar em profissionalização
"Situações como essas pesam no momento da escalação dos árbitros para o sorteio, mas posso garantir que o nível de nossa arbitragem é muito boa. Vários potiguares quando saem e vão apitar jogos fora conseguem notas boas. Só aqui existe esse clima de desconfiança, mas isso é natural, ocorre nos demais estados também, principalmente no Nordeste", ressalta, "muito embora nos maiores centros exista um pouco mais de confiança no quadro local", frisa. Ele destaca nomes como o de Ítalo Medeiros, Pablo Ramon e Suélson Diógenes que vivem uma boa fase e tecnicamente não deixam nada a desejar aos demais árbitros brasileiros. A ordem dentro da Comissão Nacional de Arbitragem é trabalhar na renovação do quadro brasileiro. E na administração do presidente da Ceaf-RN, coronel Ricardo Albuquerque esse trabalho vem sendo cumprido à risca. A procura pelos cursos de formação realizados pela Federação Norte-riograndense de Futebol, que possui centros em Natal e Mossoró é cada vez maior. "De quarenta alunos que entram anualmente nos cursos, cerca de 6 ou sete se formam. Desses uns quatro seguem realmente o ofício, se tornam árbitro de primeira linha e concorrem para ingressar no quadro nacional", afirmou Eduardo Lincoln. Ele revelou que a situação da arbitragem no RN melhorou bastante na gestão de José Vanildo, hoje não existe mais a possibilidade de um juiz entrar em campo e não receber . "A situação de hoje nem se compara com a de antes. Umas das prioridades de José Vanildo foi resolver esse problema. Hoje os árbitros recebem o pagamento antes mesmo do jogo iniciar", destacou. "Tem membros da nossa arbitragem que ainda estão para receber o dinheiro da Copa RN, uma dívida de três ou quatro anos atrás", contou. Depois de 16 anos de atividade com assistente de arbitragem, chegar aos 45 anos, atingir a idade limite e ser obrigado a abandonar o quadro nacional, Eduardo Lincoln Neves atuou pela última vez com árbitro no dia 1º de Maio, durante a partida para definir 3º e 4º colocados do Campeonato de bairros de Parnamirim. Mas a família não vai ficar sem representação na arbitragem local, uma vez que o o filho dele, Leandro Lincoln, decidiu seguir os mesmos passos, fez o curso e já começou a trabalhar como auxiliar de arbitragem. "Ele já jogou futebol, no interior de São Paulo, e também cursa Educação Física. Como acredito que uma coisa pode auxiliar a outra, acabei o convencendo a enveredar pelo caminho da arbitragem", explicou Eduardo. Ele disse ter ciência que a carreira do filho no apito pode ser de maior destaque. "É importante quando se tem na família uma pessoa para servir de referência. Queira ou não a experiência acumulada e passada nesse período de convivência vai pesar favorável a Leandro, que poderá tomar decisões mais seguras. De minha parte vou instruir no que for necessário e torcer muito para que o garoto alcance o patamar máximo da carreira", afirmou. Apesar de perceber uma melhoria considerável nas condições de trabalho dos árbitros nos últimos anos, Eduardo Lincoln Neves não acredita na profissionalização da categoria no Brasil. "Isso não deve ocorrer sem que antes seja resolvida a questão legal da aposentadoria. Um árbitro sai do quadro nacional ao completar 45 anos, uma idade muito pequena em termos de aposentadoria. Sem a resolução desse problema, não acredito em profissionalização, a questão esbarra na legislação trabalhista do próprio país", argumentou.
Fonte: Tribuna do Norte
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