CARTA RENÚNCIA
Do: Conselheiro Clovis Antonio Tavares Emidio
Ao: Exm° Senhor Presidente do Conselho Deliberativo do América Futebol Clube
Senhor Presidente,
Em  outubro próximo passado vi-me Presidente do Conselho Diretor do  nosso  glorioso América Futebol Clube, sem que houvesse planejado ou  idealizado  tal mister. Sou honesto em declarar que esse ideal vem de há  muito  sendo alimentado por mim, mas de uma forma mais amadurecida,  planejada,  projetada e que propicie aos torcedores americanos a  possibilidade de  definir os rumos do seu Clube do coração, decidir pelo  que seja melhor  para a nossa agremiação. É assim que imagino o nosso América: administrado por um conselho  que envolva, acima de tudo, os torcedores que representam a razão maior   da existência do “Vermelhão da Rodrigues Alves”. Aí sim estaremos   fazendo prevalecer os interesses do Clube e não privilegiando os interesses de alguns ou alimentado as vaidades de poucos.   Mas, enfim, aconteceu muito antes do que imaginei e, como todos sabem,   de uma forma tão abrupta e repentina que não me ofereceu espaço para   construir, ou melhor, materializar o projeto que sonho desenvolver à   frente do nosso Mecão. Com a saída do amigo Dr. José Maria Barreto de   Figueiredo, vi-me impingido a gerir o Clube em um momento deveras   delicado, no qual se prenunciava um rebaixamento de série no Campeonato   Brasileiro. E aqui, permita-me um parêntese, continuo considerando que Zé Maria é um dos maiores americanos que existem neste Clube e que foi imensamente injustiçado e boicotado durante a sua última gestão.   Pois bem, naquele momento falou mais alto o sentimento do torcedor de   todas as jornadas, aquele que nem imagina a possibilidade de   licenciamento para o nosso Clube, a despeito do que se vem apregoando e   alardeando de forma insistente nos meios de comunicação mais   recentemente, conversei com Zé Maria sobre a necessidade de dar curso à   gestão, pelo menos até a conclusão do campeonato brasileiro e assumi a   gestão do Clube. Na reunião desse Conselho, para que eu fosse  empossado,  fiz ver aos pares que era impossível reconstruir ou reerguer  o Clube  sem contar com todas as correntes que o compõem, sem contar  com o apoio  daqueles que por diversas vezes estiveram à frente nas  decisões e  definições adotadas e, principalmente, sem contar com a  presença da  torcida em todos os jogos do América, já a partir do  Campeonato  Estadual. Assumi a gestão do Clube e busquei por todas as  formas  possíveis evitar a debacle na série B, redefinindo plantel e  comissão  técnica, mobilizando a massa americana a comparecer aos jogos,  embora a  nossa situação fosse desesperadora. E para nosso orgulho  conseguimos  fazer o Machadão reviver os seus dias de lotação completa,  emoldurado  pelo vermelho maravilhoso e pela euforia que só a nossa  torcida é capaz  de propiciar. Veio o rebaixamento e com ele o  “abandono”, a solidão  própria do cargo nos momentos difíceis. Busquei  mais outras vezes me  ancorar no apoio dos “cardeais rubros” mas, por  razões que o tempo há de  revelar, não logrei êxito e, o que é pior, fiz  atrair a oposição de alguns que, discordando da minha forma de administrar e de agir, preferiram optar por criar obstáculos à minha gestão,   como que se o prejuízo refletisse sobre as minhas idéias, sobre o meu   projeto, e não sobre os interesses do América Futebol Clube. E essas   dificuldades, somadas àquelas de ordem financeira que têm se tornado   rotineiras na vida do Clube contribuíram para que não tivéssemos êxito   mais uma vez no campeonato estadual.
Diante  de tantas dificuldades, consciente de que a minha permanência  neste  momento à frente da Direção do Clube, por contrariar interesses  de  pessoas que influenciam em decisões que representam as soluções de   vários dos nossos problemas, traria mais prejuízos do que benefícios,   decidi por renunciar ao cargo de forma irrevogável. E o faço   constrangido, amargurado, mas com a convicção de que fui fiel ao   compromisso assumido em outubro, quando jurei zelar pelos interesses   maiores da agremiação e combater a prevalência de interesses   particulares sobre os interesses maiores do Clube e da torcida.
Mas, a quem interessar possa, saibam que o sonho de ver o América Futebol Clube administrado por Conselhos Deliberativo e Diretor que privilegiam ou que defendem exclusivamente os interesses da nossa torcida está   mais vivo do que nunca. Saio da Presidência e me reverto à condição de   torcedor e de conselheiro vigilante e fiscalizador dos interesses do   nosso Mecão. Doravante se instala na política do América   Futebol Clube um grupo que, exclusivamente, pugnará pela defesa dos   interesses do nosso Clube e, por conseqüência, da nossa torcida.
Por  fim registro, com todo o destaque que possa ser conferido, o  papel  importantíssimo que desenvolveu a Diretoria que me acompanhou  nessa  missão. Meus agradecimentos a EDUARDO PAGNONCELLI (Diretor  Financeiro),  PEDRO PAULO BEZERRA e WILLIMAN OLIVEIRA (Diretoria de  Marketing), KLEBET  CARVALHO (Assessor Jurídico), CÉSAR LIMA (Secretário  Executivo) JALVAN  ANDRADE (Diretor de Futebol), CARLOS GURGEL, HÉLIO  SANTA ROSA e ASSIS  ALCOFORADO (Diretoria Social), CLÁUDIO BEZERRA  (Diretor de Patrimônio e  Obras) MARCELO MONTENEGRO (Assessor de  Imprensa), ANTONIO CRISPIM  (Diretor Administrativo) e FERNANDO NÉSI  (Diretor de Esporte Amador).
Ao Conselho Deliberativo os meus agradecimentos e os votos de que se  imponha sempre de forma a fazer prevalecer os interesses maiores do  nosso querido América Futebol Clube.
Natal, 04 de maio de 2011.
Clovis Antonio Tavares Emidio

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