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Francisco Diá renovou contrato com Sampaio Corrêa e aproveita férias em Natal (Foto: Hugo Monte/GE.com) |
Francisco Diá viveu um ano de 2017 mágico. Depois de iniciar a temporada
no Altos, do Piauí, o treinador potiguar foi convidado, em fevereiro,
para dirigir o Sampaio Corrêa, que não vivia bom momento - só havia
vencido dois jogos em nove. Com Diá, o elenco foi reformulado e o time
engrenou. O título maranhense marcou a recuperação e o acesso à Série B
do Brasileiro coroou o ano, que foi bem diferente do anterior. O treinador foi do inferno ao céu em menos de uma temporada. Em 2016,
ele ficou marcado como um dos culpados pelo rebaixamento inédito do
América-RN para a Série D do Brasileiro - ele dirigiu a equipe em 12
partidas da Série C. De férias em Natal, antes de se reapresentar no dia
27 de novembro para a pré-temporada no Sampaio Corrêa, ele conversou
com o GloboEsporte.com. Um ano depois da saída do
Alvirrubro, o treinador alega que houve interferência externa no
trabalho, mas preferiu não citar nomes. Na época, o presidente do clube
era Beto Santos. Diá acredita que os problemas do América-RN em 2016 e no início desta
temporada não foram apenas por culpa dos treinadores. Ele citou os
trabalhos atuais dos outros dois técnicos que passaram pelo clube depois
dele, ainda durante a gestão de Beto Santos, para exemplificar a
situação. Passou o Flávio Araújo, que foi campeão brasileiro (da Série C, com o
CSA), o (Felipe) Surian, que chegou nas finais (mata-mata) da Série C.
Então, é difícil você trabalhar no América-RN com algumas coisas que
acontecem dentro do clube. Mas isso aí já passou. A gente não tem mágoa
de ninguém. O futebol segue. Eu saí praticamente como culpado, mas eu
tenho certeza que não tinha um jogador contratado. Eu recorri pra
contratar alguns jogadores do Globo FC, que tinha disputado a Série D e
alguns jogadores do Campinense. O América-RN, naquele momento, já vinha
de um péssimo campeonato. Deu continuidade com o Surian, o Flávio. Então
alguma coisa está errada. Não são os treinadores - ressalta.
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Francisco Diá viveu grande temporada no Sampaio (Foto: Biné Morais / O Estado) |
Depois da saída pela porta dos fundos do Alvirrubro, o técnico seguiu
para o Altos, onde fez uma pré-temporada de 50 dias. Lá, no entanto, fez
apenas oito jogos oficiais - antes de receber o convite para o Sampaio
Corrêa -, mas saiu invicto: venceu quatro e empatou outros quatro jogos.
A campanha foi considerada histórica no Piauí, porque o treinador levou
a equipe pela primeira vez para a segunda fase da Copa do Brasil, onde
acabou eliminado, nos pênaltis, pelo Criciúma. A chegada a São Luís do Maranhão deu mais trabalho. Com menos tempo para
montar a equipe - uma das principais características do treinador -,
ele precisou fazer isso com os campeonatos em andamento. - Naquele momento, nós faziamos uma dispensa em massa de 21 jogadores e
contratávamos alguns jogadores desconhecidos do futebol brasileiro.
Conseguimos dar essa volta por cima. E conseguimos quebrar a hegemonia
do futebol maranhense, sendo campeão com o Sampaio (não vencia o
estadual desde 2014) e consequentemente o acesso à Série B do Campeonato
Brasileiro. Isso foi sensacional. E, por pouco, não nos sagrávamos
campeões brasileiros. Então, foi um fato que ficou marcado em São Luís -
comemora. Após o sucesso na temporada com o Sampaio Corrêa, Diá recebeu ofertas
para a próxima temporada, mas resolveu ficar no clube maranhense -
segundo ele, CSA, Cuiabá, Botafogo-SP e Figueirense o procuraram. Nesta
sexta-feira, o treinador já inicia o trabalho antes de se reapresentar.
Vai a São Paulo observar jogadores para montar o elenco do próximo ano. Nós estamos num processo de montagem de elenco. As equipes que eu
montei, as três que eu montei, todas tiveram acesso (Alecrim, Icasa e
Sampaio Corrêa). Então, a gente tem dado sorte nessas montagens de
elenco, procurando jogadores que jogam esse futebol de hoje, um futebol
moderno, de muita força, muita velocidade., A gente vai para 2018
pretendendo fazer um bom campeonato, uma boa Copa do Nordeste e, quem
sabe, brigar por um acesso à Série A de Campeonato Brasileiro. Esse é o
nosso pensamento - concluiu.
Por Leonardo Erys e Hugo Monte, Natal
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