Mancuso e Athirson garantem que organização sabia
da ausência de Caniggia (Foto: Klênyo Galvão/GloboEsporte.com)
Eu estou de mãos atadas. Todos os jogadores do Brasil viajaram nesta 
madrugada e eu fiquei aqui porque o André falou que remarcaria minha 
passagem para a gente resolver a questão do pagamento hoje 
(segunda-feira). Ele marcou um encontro às 14h e não apareceu aqui no 
hotel, não ligou e parou de atender as ligações, assim como a assessora 
da empresa dele (Dalila). Hoje (segunda-feira) ficamos a mercê de uma 
situação. Não só eu, como o hotel, como a 
seleção da Argentina, o pessoal que fez o transporte aéreo. Todo mundo é
 vítima desta situação. Pelo menos fui muito homem com os jogadores que 
eu chamei. E uma coisa eu quero deixar clara: Nós só jogamos em respeito
 ao povo de Natal, que comprou ingresso e queria ver um belo jogo. 
Porque o normal seria não jogarmos, já que não recebemos o combinado - 
disse Athirson ao GloboEsporte.com. Sobre a 
ausência de Claudio Caniggia, Athirson disse que Mancuso 
ainda não conseguiu falar com o hermano, mas confirmou que a passagem 
aérea foi emitida. De qualquer forma, eles garantem que a confirmação 
definitiva de que Caniggia não viria aconteceu no sábado, véspera da 
partida, quando a delegação argentina chegou a Natal. Liguei para o Mancuso, que
 organizou com o Caniggia. Ele viria, passou os dados, mas teve algum 
problema. Mancuso vai chegar na Argentina para saber qual foi o 
problema. Ele não conseguiu embarcar, mas não posso dizer o que 
aconteceu. Mas ele tinha bilhete, assim como tem bilhete do Sheik, do 
Viola. Só que estes não receberam o cachê, e eu falei a verdade para 
eles: 'não estou com o dinheiro na mão'. A minha responsabilidade é 
receber o cachê e repassar aos demais. Os que vieram já sabiam de tudo 
isso. Até mesmo o Mancuso na Argentina sabia - falou Athirson, após mostrar as 
mensagens que recebeu dos outros jogadores.
Ex-jogadores de Brasil e Argentina fizeram amistoso
em Natal (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)
Responsável
 por montar o time argentino, Mancuso destaca que Cordone jogaria de 
qualquer forma, com ou sem a presença de Caniggia. Ele admite a 
semelhança física entre os dois, mas garante que a organização sabia, 
sim, da ausência do carrasco de 90.  Nós deixamos tudo 
claro: 'Caniggia não vem, porque não tem condições de chegar'. Na hora 
que chegamos ao Brasil, eles queriam continuar com essa história de 
Caniggia. Eu falei: 'Caniggia não vem. Quer jogo ou não?' Eles estavam 
sabendo de tudo e agora têm que assumir a responsabilidade. O jogo foi 
lindo, a torcida foi espetacular. Agora, se ficou alguma dúvida, alguma 
coisa pendente, quem tem que responder é o André, não somos nós - 
afirmou Mancuso. Athirson lembra que alguns jogadores brasileiros abriram mão do convite por não
 receberem o cachê antecipado, como os pentacampeões Edmilson e Edilson 
Capetinha. Ele lamentou o fato de ter passado de anfitrião à vítima da situação, que acabou fugindo do seu controle. Fiz a organização apenas do time e
 da seleção argentina. Mancuso é meu amigo e sempre fazemos jogos na 
Argentina. Esta foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de fazer 
este convite. Ele veio com muito carinho. Mesmo nos deparando com esse 
problema financeiro de cachê, que não foi cumprido, não foi pago, ele 
veio da mesma forma e falou 'sou teu amigo, estou contigo'. Não só ele, 
mas alguns jogadores brasileiros também. Eu expliquei a situação a todos
 jogadores brasileiros, só que uns com nomes mais famosos, mais 
reconhecidos, não jogam sem receber cachê antes. É normal. Os jogadores 
que ficaram não ganharam o cachê todo. Não recebemos o valor combinado. 
Só recebemos 25% do total. Não dava para fazer nada. Mas eu tenho que 
ser honesto com os jogadores que eu fiz o convite. Vieram porque 
acreditam em mim, gostam de mim, sabem do meu caráter. Eles vieram para 
fazer o evento e fizeram, com respeito ao povo nordestino, ao torcedor 
que comprou ingresso. Eles não têm nada a ver com isso. Se não tem o 
jogo, o problema seria todo de quem organizou o evento - declarou. Athirson lembra que não formalizou contrato com a Fênix Sports, e, após a decepção sofrida, garante que aprendeu a lição. Sem contrato não faço mais nada. Tem uma confissão de dívida. Pedi para o meu advogado elaborar porque 
vejo que as pessoas têm que ter caráter, têm que cumprir com suas 
obrigações. No estádio, pedimos para ele (André de Paula) assinar e ele 
assinou para ver que não pode passar em branco este tipo de situação. 
Tive que remarcar minha passagem duas vezes, e paguei do meu próprio 
bolso. Tenho família, tenho filhos e tenho trabalho, e não posso ficar 
muito tempo longe. Então, dei mais um dia, dois dias, para tentar 
resolver essa situação, e que, até o momento, não está perto de ser 
resolvida - finalizou.Por Klênyo Galvão e Augusto GomesNatal
 
 
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