O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Devido a dívidas trabalhistas, Estádio Leonardo Nogueira pode ir a leilão

Wilson Moreno
Borracha disse que tentou acordo com a LDM
para que situação não chegasse ao quadro atual
Sem a reforma prometida, e agora correndo o risco de ficar sem estádio, a cidade de Mossoró pode em breve perder a única praça de esportes que serve de palco para Baraúnas e Potiguar nos jogos do Campeonato Estadual e em competições nacionais. Devido a ações trabalhistas movidas por ex-funcionários, contra a Liga Desportiva Mossoroense (LDM), o Estádio Manoel Leonardo Nogueira, o Nogueirão, poderá ser leiloado no mês de novembro para que as dívidas, que giram em torno de R$ 200.000,00 sejam pagas. Valderi Franco, conhecido como ‘Borracha’, é um dos que acionaram a LDM na justiça. Há, mais ou menos, cinco anos, Borracha pediu um computador e R$ 500,00 para que o problema fosse solucionado. Em vão. Hoje a dívida com ele passa dos 150 mil reais. "Eles me demitiram e me falaram que iam me pagar parcelado R$ 1.300,00. Fiquei esperando um ano e três meses e não me pagaram. Fui atrás e disseram que eu procurasse a justiça. Procurei e deu no que deu. Não falaram nem que iam me dar uma gratificação. Pedi um computador e 500 reais como acordo e não me deram de jeito nenhum. A liga tinha cerca de 10 computadores", desabafou. Borracha afirmou que trabalhou durante cerca de 18 anos sem receber sequer um salário mínimo ao final do mês. Ao invés disso, ele recebia vales que giravam em torno de R$ 30 a R$ 40 reais, que serviam apenas para comprar o básico para não faltar comida em casa. Borracha chegou até mesmo a ser barrado no estádio Nogueirão. Para ele, hoje não existe mais acordo. "Até barrado do Nogueirão já fui. Pedi que ao menos que não me proibissem de entrar no estádio, mas quando fui tentar assistir a um jogo há quatro anos, colocaram a mão no meu peito. Não fui mais a partir daquele episódio. Trabalhei cerca de 18 anos e não recebi nada. Estou recebendo agora da Justiça que eles estão pegando os 10% dos jogos, mas não chega perto do que me devem. Já tentei conversar muitas vezes para fazer um acordo e acabar com isso. Está provado que eles não querem acordo. Volto a repetir que pedi um computador e 500 reais há, mais ou menos, cinco anos. Agora, não tem mais acordo. A causa é ganha e não posso fazer mais nada”, enfatizou. Augusto César, presidente da LDM, explicou que a liga não possui condições financeiras de sanar a dívida e fez um apelo ao poder público. “Não temos condições. Não possuímos arrecadação. A única arrecadação é 10% dos jogos, só que está sendo bloqueado justamente para isso. Esperamos alguma coisa do poder público para evitar que seja leiloado. Da parte da liga, não temos dinheiro para nada. A outra parte não quer acordo porque sabe que se fizer acordo tem que parcelar”, relatou. Augusto afirmou que tem uma reunião agendada com o secretário de Comunicação da Prefeitura de Mossoró, Julierme Torres, na próxima sexta-feira, 13, para tentar conseguir o apoio do poder público. “Se for a leilão, os times não vão ter onde jogar. A única praça de esportes pode fechar. Passei essa posição para o secretário de Comunicação e vou levar o processo para ele na sexta-feira. Acredito que realmente vão se manifestar quando chegar perto, até porque leiloar não é só chegar e leiloar, deve ter um prazo, um período”, disse. Em contato com a reportagem, o secretario de Comunicação da Prefeitura de Mossoró, Julierme Torres, demonstrou surpresa com a afirmação do presidente da liga, e informou que a prefeitura ainda não foi procurada para tratar sobre o assunto. “Não tenho nenhum detalhe. A LDM não falou institucionalmente com o município. Acho que ele ainda nos deve procurar, pois não temos nem conhecimento desta situação do Nogueirão. Por conta disto, não temos como nos posicionar”, explicou.
Fonte: Gazeta do Oeste

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