Wilson Moreno
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Borracha disse que tentou acordo com a LDM
para que situação não chegasse ao quadro atual
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Sem a reforma prometida, e agora correndo
o risco de ficar sem estádio, a cidade de Mossoró pode em breve perder a
única praça de esportes que serve de palco para Baraúnas e Potiguar nos
jogos do Campeonato Estadual e em competições nacionais. Devido a ações
trabalhistas movidas por ex-funcionários, contra a Liga Desportiva
Mossoroense (LDM), o Estádio Manoel Leonardo Nogueira, o Nogueirão,
poderá ser leiloado no mês de novembro para que as dívidas, que giram em
torno de R$ 200.000,00 sejam pagas. Valderi Franco, conhecido como
‘Borracha’, é um dos que acionaram a LDM na justiça. Há, mais ou menos,
cinco anos, Borracha pediu um computador e R$ 500,00 para que o problema
fosse solucionado. Em vão. Hoje a dívida com ele passa dos 150 mil
reais. "Eles me demitiram e me falaram que iam me pagar parcelado R$
1.300,00. Fiquei esperando um ano e três meses e não me pagaram. Fui
atrás e disseram que eu procurasse a justiça. Procurei e deu no que deu.
Não falaram nem que iam me dar uma gratificação. Pedi um computador e
500 reais como acordo e não me deram de jeito nenhum. A liga tinha cerca
de 10 computadores", desabafou. Borracha afirmou que trabalhou durante cerca de 18 anos sem receber
sequer um salário mínimo ao final do mês. Ao invés disso, ele recebia
vales que giravam em torno de R$ 30 a R$ 40 reais, que serviam apenas
para comprar o básico para não faltar comida em casa. Borracha chegou
até mesmo a ser barrado no estádio Nogueirão. Para ele, hoje não existe
mais acordo. "Até barrado do Nogueirão já fui. Pedi que ao menos que não me
proibissem de entrar no estádio, mas quando fui tentar assistir a um
jogo há quatro anos, colocaram a mão no meu peito. Não fui mais a partir
daquele episódio. Trabalhei cerca de 18 anos e não recebi nada. Estou
recebendo agora da Justiça que eles estão pegando os 10% dos jogos, mas
não chega perto do que me devem. Já tentei conversar muitas vezes para
fazer um acordo e acabar com isso. Está provado que eles não querem
acordo. Volto a repetir que pedi um computador e 500 reais há, mais ou
menos, cinco anos. Agora, não tem mais acordo. A causa é ganha e não
posso fazer mais nada”, enfatizou. Augusto César, presidente da LDM, explicou que a liga não possui
condições financeiras de sanar a dívida e fez um apelo ao poder público.
“Não temos condições. Não possuímos arrecadação. A única arrecadação é
10% dos jogos, só que está sendo bloqueado justamente para isso.
Esperamos alguma coisa do poder público para evitar que seja leiloado.
Da parte da liga, não temos dinheiro para nada. A outra parte não quer
acordo porque sabe que se fizer acordo tem que parcelar”, relatou. Augusto afirmou que tem uma reunião agendada com o secretário de
Comunicação da Prefeitura de Mossoró, Julierme Torres, na próxima
sexta-feira, 13, para tentar conseguir o apoio do poder público. “Se for a leilão, os times não vão ter onde jogar. A única praça de
esportes pode fechar. Passei essa posição para o secretário de
Comunicação e vou levar o processo para ele na sexta-feira. Acredito que
realmente vão se manifestar quando chegar perto, até porque leiloar não
é só chegar e leiloar, deve ter um prazo, um período”, disse. Em contato com a reportagem, o secretario de Comunicação da
Prefeitura de Mossoró, Julierme Torres, demonstrou surpresa com a
afirmação do presidente da liga, e informou que a prefeitura ainda não
foi procurada para tratar sobre o assunto. “Não tenho nenhum detalhe. A
LDM não falou institucionalmente com o município. Acho que ele ainda nos
deve procurar, pois não temos nem conhecimento desta situação do
Nogueirão. Por conta disto, não temos como nos posicionar”, explicou.
Fonte: Gazeta do Oeste
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