Uma
história que poderia muito bem servir como roteiro para um filme de
superação e um ato de confiança e coragem que pode ter o poder de mudar o
futuro do filho Fabrício Rocha de 7 anos. Assim pode ser definida a
saga planejada pelo pai do pequeno talento do surfe potiguar Alexandre
Rocha Alves que, confiando no potencial do menino, deixou Natal apenas
com a passagem de ida para o Rio de Janeiro, mais R$ 500 no bolso para
ver o filho competir no Circuito WQSurf Sub 14, considerado um dos mais
importantes do país. A estrela do menino aliada a perseverança do pai,
acabou fazendo o que para muitos parecia uma loucura, numa grande
história de sucesso. A vitória na categoria pré-petit - até 8
anos de idade, com a maior pontuação da competição, fechou o roteiro de
sucesso para Família Rocha Alves. O que era incerteza acabou se
transformando na maior oportunidade da vida do menino, que parece ter
nascido para surfar e desfilar talento sobre as ondas com a naturalidade
dos grandes campeões. Como uma questão divina, a história de
privação começou a mudar tão logo pai e filho chegaram ao local da
competição, a praia da Barra da Tijuca/RJ. Com dinheiro contado para se
alimentar de forma básica, a dupla disposta a arriscar tudo, esperava a
montagem do palanque para solicitar ao organizador autorização para
dormir no local. Como dizem que Deus escreve certo por linhas tortas,
este contato comoveu o organizador do evento que passou a se
responsabilizar pela estada dos potiguares na Cidade Maravilhosa. Eles
foram hospedados num hotel no Recreio dos Bandeirantes, o menino ganhou
uma roupa de borracha e também as passagens aéreas para regressar a
Natal após a competição.
Rogério Vital
Revelação
do surfe potiguar desafia as dificuldades financeiras e conquista o
título
de uma das competições mais importantes do Brasil. O talento e a
determinação
abriram novas portas para o garoto Fabrício Rocha, que
sonha alto na carreira
Dentro d'água, Fabrício Rocha
correspondeu a toda confiança depositada em seu talento e, como prêmio,
assinou um contrato com a Oakley para voltar ao Rio de Janeiro e
disputar as demais etapas do Circuito WQSurf. "Essa é uma das maiores
competições desse gênero no Brasil. Todos os surfistas que brilham no
circuito mundial passam por aqui antes, o nível é muito alto. Eu sempre
confiei no talento de Fabrício e sabia que ele tinha condições de
brilhar aqui, por isso realizei todo esse esforço", confessou Alexandre
Rocha. O sucesso repentino e os holofotes, mudaram a vida do
pequeno Fabrício, que com a sinceridade de toda criança reclama de tanta
exposição. "Eu estou cansado, com a garganta doendo e enjoado de falar
tanto. Não quero mais dar entrevista", reclamava o surfista. O pai, um
pouco sem jeito, procurava explicar a insatisfação: "Desde que chegamos
do Rio de Janeiro que não paramos mais de dar entrevista. Já fomos em
várias emissoras de tevê e ele não entende todo esse ritual".
Por Vicente Estevam/TN
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