Alcivan Costa
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Celso Teixeira orienta a equipe
do Potiguar em partida do Estadual
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Trabalhar no meio esportivo definitivamente não é a melhor opção para quem quer fugir do estresse e das cobranças do dia a dia. No futebol então, onde se exige muito resultados imediatos, a parte psicológica de todos os envolvidos é testada jogo após jogo. Do gandula que não devolve a bola rápido para o campo, passando pelos
árbitros e jogadores e chegando ao técnico de futebol. Todos são
xingados e cobrados. Ninguém é poupado. O nível de estresse pode ser um sério risco a saúde quando se torna persistente. Conhecido por sempre ser bastante enérgico durante os jogos, o
técnico Celso Teixeira explica que já chegou a ir ao hospital devido ao
estresse. "Quando você passa uma semana muito difícil e acaba depois tendo um
jogo que não consegue ter êxito, a gente sofre algumas coisas no outro
dia. Ano passado eu tive um probleminha aqui no Potiguar e fui levado
até para o hospital. Graças a Deus não teve nada demais. Mas disseram
que eu atingi um nível de estresse que não era bom para a saúde",
revelou. Celso explica que os motivos que te deixam mais estressado se referem ao profissionalismo e a arbitragem. "A questão do profissionalismo é uma delas. Quando você chega em um
clube que cobra muitos resultados. As vezes o clube não da todas as
condições que você precisa para desenvolver o trabalho. É lógico que
durante o jogo o estresse é um pouco diferente quando as coisas não
estão dando certo. Muitas vezes quando você está sendo prejudicado pela
arbitragem também. São vários fatores que influem nessa questão de
deixar a gente bastante estressado e muitas vezes levar o pico de
estresse onde acabamos passando até mal", falou. Outro que sofre com a pressão é o técnico do Corintians de Caicó,
Bira Lopes. Em sua segunda passagem pelo clube, Bira resume bem em como o
estresse tem influência na sua vida. "A minha passagem pelo Corintians em 2009 meus cabelos eram pretos,
agora todos estão brancos. Então existe um estresse normal e um desgaste
e ansiedade. Diretoria, imprensa, torcida... Todo mundo cobra. Isso
gera um certo estresse. Quem assumiu essa profissão vai ter que arcar
com isso. Tem que se cuidar ao máximo possível e relaxar nas folgas que
isso ajuda", relatou. Bira afirmou que procura sempre durante as folgas se divertir e brincar com os companheiros. Questionado o que te deixa mais chateado, o seu pensamento bate com o de Celso Teixeira em relação às questões de estrutura. "São muitos fatores. Arbitragem, algumas situações estruturais. Às
vezes não temos condições de trabalho e tem hora que da um stress muito
grande. São vários fatores e não da pra dizer o mais determinante”,
ressaltou. Outro técnico que reclamou da carga de estresse foi o novato Isaias
Raimundo da Silva, que iniciou a sua carreira recentemente no Baraúnas.
Através de uma rede social, Isaías afirmou que chegou a perder cinco
quilos devido a problemas do dia a dia. O treinador, que ameaçou deixar o
comando técnico do clube, conversou com membros da diretoria e
permaneceu. “Acho que nem comecei e já vou ter que parar. Estresse alto demais.
Já perdi cinco quilos, desapontamento e falta das coisas mais simples
que tanto preso que esta me levando a esse estresse. Obrigado por todo
apoio”, desabafou.
Fonte: Gazeta do Oeste
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