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domingo, 22 de abril de 2012

Santo de casa também faz milagre

Pelo segundo ano consecutivo o treinador Wassil Mendes, 54 anos, vem fazendo uma grande campanha no Campeonato Potiguar. Depois de dar ao Santa Cruz o vice-campeonato potiguar em 2011, neste ano ele conseguiu levar o Baraúnas para a decisão do segundo turno. Com uma história de sucesso desde que era jogador de futebol, o pernambucano, natural de Recife, mas que adotou o Rio Grande do Norte como o seu estado, faz críticas a falta de valorização dos técnicos locais.

Wassil - treinador do Baraúnas. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
A trajetória de Wassil como técnico começou no início dos anos 90, quando foi contratado pelo América para comandar as categorias de base do alvirrubro e ser o auxiliar de Baltazar Germano, que era o treinador da equipe principal. Depois de um tempo no rubro, ele acompanhou Baltazar e foi para o ABC. Foram quatro anos no alvinegro quando surgiu a primeira oportunidade de treinar um time principal. Em 2002 Mendes foi comandar o São Gonçalo. No ano seguinte conquistou um grande resultado pelo Touro, sendo vice-campeão potiguar, perdendo na final para o América. Em 2004 ele mudou de casa, foi para o Baraúnas e ganhou a Copa RN. Em seguida teve uma rápida passagem pelo América e depois pelo Potyguar de Currais Novos, onde foi campeão da segunda divisão do Campeonato Estadual. Em 2011 Wassil fez mais um grande trabalho, desta vez à frente do Santa Cruz do Inharé, onde foi, pela segunda vez, vice-campeão potiguar, sendo derrotado pelo ABC. Em 2012 o técnico chegou mais uma vez. Ele trocou o bem estruturado Santa para tentar transformar o Baraúnas em um clube competitivo. O desafio foi mais do que bem sucedido e o tricolor mossoroenses está na decisão do segundo turno. Com tantos feitos no cenário norte-riograndense, Wassil se mostra incomodado pela falta de oportunidades que são dadas para os profissionais locais. "É uma coisa complicada. Não acontece só aqui, acontece em outros estados. O profissional da casa tem sempre mais dificuldades para conquistar o seu espaço. O de fora faz pouca coisa e já é reconhecido, jáo de casa faz e faz, mas demora para ter um reconhecimento. Não tenho nada contra o pessoal que vem de fora, mas o pessoal daqui também precisa ter a oportunidade de mostrar o seu trabalho. Temos grandes jogadores no Rio Grande do Norte". afirmou.
Um problema histórico
De acordo com o historiador e pesquisador Ribamar Cavalcanti, a falta de valorização dos treinadores locais sempre fez parte do cenário futebolístico norte-riograndense. Mas existia uma época em que a situação era diferente. "Antigamente tínhamos grandes treinadores daqui em destaque, como o Pedrinho 40, José Djalma, Tarcísio Carvalho, entre outros. Todos treinando clubes daqui", frisou. Para Ribamar, quando a situação financeira dos clubes começou a melhorar eles passaram a buscar nomes de fora. "Quando as equipes não tinham dinheiro eles olhavam com mais carinho para os treinadores daqui. Depois, com mais recursos, passaram a buscar nomes de fora como solução. Não tenho nada contra os técnicos de fora, mas temos grandes nomes no Rio Grande do Norte que merecem uma oportunidade maior, como o próprio Wassil Mendes", destacou.
Vitorioso nas quatro linhas
Antes de se tornar treinador Wassil teve uma vitoriosa carreira como jogador. Ele começou a jogar no pequeno América de Pernambuco, ainda passou por Fluminense/RJ, Corinthians/SP e Santa Cruz/PE chegando até a atuar pela base da Seleção Brasileira. "Tinha um treinador que me viu jogando no América/PE. Aí ele levou meu nome para o Antoninho, que era o treinador de base da seleção. Ele me viu jogando e me convocou para o Sulamericano da Venezuela, onde ficamos na segunda colocação", relembra. Jogando tanto na lateral esquerda como na direita, Mendes teve seu maior destaque no Rio Grande do Norte, onde chegou em 1979. Ele foi cinco vezes campeão pelo América, de 1979 a 1982 e novamente em 1987. Nesse meio tempo também levantou o caneco com o ABC, em 1984, além de ter tido uma rápida passagem pelo Alecrim. Se aposentou em 1989, jogando pelo América. "Tive uma carreira muito boa. Conquistei muitas coisas que me deram uma base muito boa para conseguir virar treinador".
Fonte: Diário de Natal


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