Foto: Carl Racine / Reuters |
A vitória do Brasil sobre a Sérvia por 2 a 0
apresentou um novo Neymar na Copa do Mundo: mais discreto, mais
concentrado – e não menos decisivo. O jogador que xinga árbitros e rola
exageradamente pelos gramados russos ficou em algum lugar do passado.
Nesta quarta-feira, no estádio do Spartak, em Moscou, o camisa 10 fez
sua melhor partida nesta Copa. Neymar participou diretamente do segundo gol do Brasil, ao cobrar um
escanteio pelo lado esquerdo na cabeça de Thiago Silva. Segundo as
estatísticas da Fifa, em 95 minutos de jogo Neymar finalizou sete vezes,
deu 12 passes decisivos. Foi um parceiro perfeito para Philippe
Coutinho. Na primeira vez que foi acionado, o astro pôs a bola entre as pernas de
Tadic – truque que repetiria vinte minutos depois com outra vítima,
Matic. Com dez minutos de jogo, perdeu Marcelo, seu principal sócio nas
jogadas de ataque – mas se entendeu perfeitamente com Filipe Luís. Aos 24, quase abriu o placar com um chute cruzado de esquerda, que
Stojkovic evitou com grande defesa. Aos 28, do campo de defesa, deu um
lançamento perfeito para Gabriel Jesus desperdiçar a melhor chance do
jogo até ali. Durante todo o jogo, deu 41 "sprints", vários deles para
pressionar a saída de bola da Sérvia. Jogou para o time. Neymar sofreu três faltas – e não fez disso um problema. Nem quando foi
parado com violência. Aos 32 minutos do primeiro tempo, foi
literalmente jogado para fora do campo por Ljacic e rolou pelo chão. Foi reconhecido até pela imprensa inglesa, que costuma ser implacável com jogadores que simulam faltas. – Neymar faz Llajic receber um merecido amarelo, mas não fez um grande
drama por isso. Bom, não para os padrões dele – escreveu o jornal "The
Guardian". Aos companheiros, pedia discretamente que a bola fosse lançada a ele
por baixo, não por cima. No segundo tempo, quando a Sérvia ensaiou uma
pressão, era ele quem pedia ao time para sair da própria área, avançar a
marcação. Neymar mudou de comportamento em relação aos dois primeiros jogos do
Brasil na Copa do Mundo, mas não deixou de exibir seu vasto repertório.
Aos 25 do segundo tempo, deu um drible de chaleira em Milikovic-Savic e
arrancou para servir Coutinho mais uma vez. Depois de consolidada a vantagem do Brasil no placar, se atreveu a
deixar a ponta esquerda e a circular mais pelo centro do ataque. Neymar
só não conseguiu vencer o goleiro Stojkovic. Faltou só o gol, que não
fez falta nenhuma ao Brasil.
Por Martín Fernandez, Moscou, Rússia
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