O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Presidente da Federação de Futsal do RN confirma renúncia

Após 20 anos, a Federação Norte-rio-grandense de Futsal terá um novo presidente. O atual gestor, Clóvis Gomes, vai apresentar a carta de renúncia em Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o dia 30 de abril. Com poucos incentivos de entidades públicas e privadas, além da ausência do repasse financeiro promovido mensalmente pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão, que chega ao 19º mês, Clóvis viu que era hora de abandonar o barco. O dirigente disse estar "cansado" por todo o período em que dirigiu a federação e espera que haja uma renovação, principalmente, de ideias e de pessoas. Quem assume o cargo até o final do ano, de forma interina, é o vice-presidente Hideraldo Santos, quando será convocado um novo pleito em janeiro do próximo ano, para o quadriênio 2016-2019. Clóvis esteve à frente do futsal potiguar nos principais momentos do esporte no estado, como no vice-campeonato do ABC/Art&C na Taça Brasil de 2006, e o título do Alecrim/Serra de São Bento, de forma invicta, na divisão de acesso da Taça Brasil, em 2013.  Saio no dia 30 deste mês. Eu fui presidente por seis anos, num primeiro mandato, e voltei em 2001. Estou há quase 20 anos no cargo e já estou cansado. Meu ciclo acabou. Acho que dei a minha contribuição. Eu já passei esse tempo todo inteiro. É salutar colocar mais gente, principalmente com espírito novo, com novas ideias para erguer a federação - falou Clóvis Gomes. A crise na CBFS, após a renúncia de Aécio de Borba Vasconcelos, que estava no cargo desde 1979, atingiu todas as federações. Com a reprovação das contas e as acusações de corrupção e nepotismo na entidade, o contrato de patrocínio com uma empresa estatal foi extinto e as federações amargaram prejuízos. Sem dinheiro, competições regionais e locais foram suspensas e clubes importantes do estado abandonaram o futsal. O repasse que nos era enviado variava de acordo com o ranking nacional. As federações pequenas recebiam R$ 3 mil, as médias R$ 4 mil e as grandes R$ 5 mil. Mas, o que onerava o nosso orçamento eram os custeios das equipes potiguares em competições nacionais, como por exemplo, uma competição na região Sul do país, que custava em torno de R$ 50 mil. Esse valor estava incluso o pagamento das 18 passagens - entre atletas, técnicos e auxiliares -, hospedagens e alimentação - contou. Clóvis integrou uma comissão que avaliou as contas do ex-presidente Aécio de Borba Vasconcelos, ao lado dos presidentes da federações mineira - Marcos Madeira - e cearense - Sílvio Carlos Vieira Lima. Os três reprovaram as contas da CBFS e mudaram os rumos da entidade. A investidura de Renan Tavares ao cargo de presidente foi reprimida pelo restante do grupo, após um boicote das federações que desaprovaram a nomeação de Louise Bedé, remanescente da gestão de Aécio Borba de Vasconcelos, ao cargo de vice-presidente de competições. Por aclamação, Marcos Madeira, então presidente da federação mineira, foi eleito em março deste ano para um mandato de quatro anos na CBFS. Estive na última reunião para fazermos uma auditoria na Confederação. Fizemos (RN, CE e MG) um relatório e não aprovamos as contas da Confederação, por isso houve a renúncia do presidente. Como Renan Tavares também era da mesma chapa e fez alguns conchavos, as outras federações se rebelaram e ficamos sem presidente e, consequentemente, sem patrocínio. Com a aclamação do novo presidente, esperamos que haja uma melhora no esporte. Acredito que daqui a uns 50 dias, a situação esteja normalizada e o futsal brasileiro volte a ser o que era - revelou.
Sem investimento no RN
Diferente do futebol, onde os dois principais clubes do estado, ABC e América-RN, participam do Campeonato Potiguar, a ausência no futsal é sentida há vários anos. Clóvis destaca que as equipes são formadas apenas quando um empresário se interessa em patrocinar o clube, mas não consegue dar sequência ao projeto. O dirigente citou o técnico Arturzinho, do América-RN, que se dedicou ao trabalho no alvirrubro com "dinheiro do próprio bolso". No ABC, o auge do clube no futsal foi em 2006, por meio de uma parceria com uma agência de propaganda. Tínhamos investidores nos nossos principais clubes. No ABC, uma empresa de propaganda montou um dos melhores times de futsal do país, que lotava o antigo ginásio Machadinho e chegou ao vice-campeonato da Taça Brasil. No América-RN, a figura de Artur Ferreira, o grande Arturinho, que ergueu por vários anos o futsal no clube, tirando dinheiro do próprio bolso. Eu lamento que isso tenha acontecido e que não haja mais investimento no futsal do RN - criticou.
ABC/UnP/Art&C x Malwee/Jaraguá - Taça Brasil de Futsal 2006 - Natal - RN (Foto: Ivanizio Ramos) 
ABC/UnP/Art&C enfrentou o Malwee/Jaraguá na final 
da Taça Brasil de Futsal 2006, em Natal (Foto: Ivanizio Ramos)
A saída para a FNFS foi incentivar os times do interior do Rio Grande do Norte e implantar as categorias de base, com campeonatos mirins e infantis. Nos últimos anos, sem ABC e América-RN, o esporte perdeu motivação e visibilidade no estado. O esporte ficou muito caro, e 95% das equipes são do interior, com a ajuda das prefeituras. Por exemplo, a prefeitura de São Gonçalo do Amarante tem orçamento maior do que a própria Secretaria Estadual de Esporte. Temos ainda equipes em Assú, Macau e Alto do Rodrigues. A federação também implantou competições das categorias de base, como sub-9, sub-11, sub-13 e sub-15 - declarou.
Por Natal

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