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sábado, 24 de janeiro de 2015

De pai para filho

É normal, quando crianças, o filho ou filha afirmar que, quando crescer, vai querer seguir os passos dos pais, em relação à profissão. Seja médico, jornalista, advogado, gari, professor, os filhos veem o trabalho dos pais como o futuro profissional. E, quando o pai é jogador de futebol, como se diz nas ruas, a paixão nacional? Aí a escolha fica mais fácil, levando em conta que o filho goste de jogar bola. E, ao que parece, o meio campo Cascata, do América, influenciou, diretamente, na escolha do seu filho mais velho, Brendo, de 17 anos, por seguir os passos do pai.
adriano abreuNa sua terceira passagem no América, o meio campo Cascata vai ter a oportunidade única de poder atuar com seu filho, Brendo, que, aos 17 anos, foi profissionalizado pela diretoria alvirrubra 
Na sua terceira passagem no América, o meio campo Cascata
vai ter a oportunidade única de poder atuar com seu filho,
Brendo, que, aos 17 anos, foi profissionalizado pelo América
Até esse ponto, nada fora do comum, porque o que mais se vê são filhos de ex-jogadores, tentando a vida no mundo do futebol: Romarinho, filho mais velho de Romário, acertou com o Vasco. Matheus, filho de Bebeto, já é profissional do Flamengo. Os filhos de Marcelinho Carioca estão iniciando no futebol amador. O primogênito de Casagrande, que usa o mesmo nome do pai, tenta a sorte no futebol do interior paulista. Isso, para ficar em nomes de um passado recente do futebol brasileiro. Edinho, filho do rei do futebol, Pelé, ao contrário do pai, optou por ser goleiro e teve uma boa história pelo Santos, manchada por problemas extra-campo. A diferença deles para Cascata é de que, aos 32 anos, ele tem a oportunidade de jogar com o filho uma partida profissional. No final do ano passado, antes mesmo de saber que o pai estava voltando para o América, Brendo assinou seu primeiro contrato como profissional, que vai até maio de 2016. Integrado ao grupo que vem sendo trabalhado por Roberto Fernandes, ele ficou feliz com a chegada de seu maior ídolo ao clube. “Foi uma surpresa e alegria para mim, já que não sabia que ele vinha negociando sua volta ao América. Agora, vou ter a oportunidade de jogar com meu pai, de forma profissional. Isso é muito bom”, afirma o jovem atacante. Mas, para realizar o sonho, ele vai ter que correr atrás do seu sonho. A concorrência no setor ofensivo do América é grande, com jogadores do nome de Alfredo, Max, Paulo Júnior, Buba, Émerson e Alekito, além do amigo Gláucio, na disputa pela vaga de titular. Para se ter uma ideia, em um dos treinamentos dessa semana, Brendo foi improvisado pelo técnico Roberto Fernandes, como lateral esquerdo em uma das movimentações. Mesmo sendo filho de quem é, sendo seu pai ídolo, não só no América, como também no ABC, ele poderia ter um tratamento diferente dentro do clube, com algumas regalias. Mas, não só a comissão técnica e a direção do clube deixam o parentesco de lado, como ele próprio, faz questão de dizer que pretende seguir no futebol por meios próprios, sem precisar ser ajudado por Cascata. E isso é visto nos próprios treinamentos. Quando a bola rola, “termina” o fator pai e filho e tudo se torna profissional. Poucas vezes eles trabalham junto e dificilmente trocam palavras. “Não me meto na vida dele dentro de campo não. Ele tem que aprender as fazer suas próprias escolhas, decidir o que quer no futebol. Por isso, deixo ele bem a vontade para seguir seu caminho”, afirma Cascata. O próprio Brendo afirma que procura trilhar seu caminho só, mas, que, às vezes, quando chega em casa, escuta os conselhos do pai. “Quando eu era das bases, às vezes ele acompanhava algumas partidas e quando chegava em casa, conversávamos, e ele me passava algumas dicas, de como me posicionar, do que eu tinha feito de errado e no que podia melhorar. E isso me ajudava”, revela Brendo. O quem também vem ajudando o jogo atleta a se tornar um jogador profissional reconhecido, é a vontade de alcançar o mesmo sucesso que o pai e, porque não, seus ídolos no futebol. E, não é apenas Cascata que se encaixa no padrão de ídolo do filho. Dois jogadores que fazem sucesso na Europa, também estão entre os preferidos de Brendo. “Tenho meu pai como ídolo, mas não é só ele. Gosto muito do Cristiano Ronaldo e do Neymar também. Me inspiro muito neles”, adianta o jovem. A admiração pelos três deve influenciar também dentro de campo, já que ele joga na mesma posição que seus ídolos, na ponta esquerda, já que, segundo ele “como sou destro, fica mais fácil cortar para dentro e chutar no gol”. E, em relação a gol, Brendo já sonhou com o seu primeiro, como profissional, vestindo a camisa do América. E, não precisa nem dizer quem foi o autor do passe para ele balançar as redes. “Logo quando eu me profissionalizei, fico imaginando quando vou fazer meu primeiro gol pelo América. Aí, veio a contratação do meu pai e acabei sonhando que ele me dava o passe para o gol. Então, quem sabe isso não pode acontecer?”, prevê. 
Felipe Gurgel/Repórter de Esportes/Tribuna do Norte

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