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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

De feirante a jogador, potiguar sonha com Europa e se espelha em Pirlo

A sonho de calçar uma chuteira, pisar no gramado de um estádio e correr com uma bola no pé empolga qualquer pessoa. É dessa forma que muitos jovens tentam subir na vida e dar o sustento às suas famílias, como aconteceu com o potiguar Herbton Ferreira da Silva, de 20 anos. Natural da cidade da Arez, distante a 58 km de Natal, ele começou a jogar bola aos 10 anos e, desde então, nunca mais parou. Por ser o único representante da sua cidade no Alecrim, clube que vai disputar o Campeonato Potiguar e a Copa do Brasil 2015, o jogador é chamado pelos companheiros de "Arez".
Arez, volante do Alecrim (Foto: Gabriel Peres/Divulgação) 
Natural de Arez, Herbton Ferreira da Silva ganhou
o apelido com o nome da cidade natal (Foto: Gabriel Peres)
A vida de jogador, porém, é cheia de altos e a baixos. Após o estadual de 2014, Arez precisou aumentar a renda salarial em casa e foi trabalhar com o pai, "Seu" Antônio Luiz, que aluga bancas nas feiras da cidade natal. Sem clube para jogar, o jovem trabalhava carregando as mesas de madeira, nas quais são vendidas carnes, frutas e verduras todos os dias. O aluguel, por feira, custa em torno de R$ 500, mas ainda é repartido para outras pessoas, que trabalham com Arez e o pai na função de ajudantes. Em 2015, Arez, que joga na posição de volante, tem mais uma chance de mostrar que não é bom somente no comércio, mas no futebol. No dia 1º de fevereiro, o jovem jogador vai estar com a equipe do Alecrim em campo contra o Corintians-RN. O jogo está marcado para o Estádio Iberezão, em Santa Cruz, e Arez quer mostrar ao treinador Anthoni Santoro que pode ser o dono da camisa 5 alviverde. É meu sonho jogar futebol. Fui chamado para vestir a camisa do Alecrim mais uma vez e vou mostrar que tenho potencial para isso - disse. Arez já conquistou um título pelo Alecrim. Foi em 2013, quando levantou o troféu do Campeonato Potiguar Sub-20, que garantiu ao Verdão uma das vagas na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2014. A experiência em participar de um torneio nacional foi importante para o amadurecimento na profissão. Eu me senti muito bem com aquele título. Fiz gols durante o estadual sub-20, que me ajudaram a ganhar mais tranquilidade para ajudar os meus companheiros. A prova foi que conquistamos o estadual e fomos disputar a Copa São Paulo, com os melhores times do país - recordou.
De feirante a jogador de futebol
O município de Arez é conhecido pelas grandes plantações de cana de açúcar e também se destaca na produção de hortifrutigranjeiros, abastecendo grande parte da região metropolitana de Natal. Herbton é o responsável pelo aluguéis das bancas e distribui, junto com outros ajudantes, as mesas na feira. Eu gosto porque é um trabalho digno. Trabalhamos alugando as bancas, umas seis por feira. Às vezes, alugamos mais. O dinheiro é bom, dá uns R$ 500 por feira, mas ainda tem que dar aos ajudantes, que são uns cinco por feira - contou. O jovem revela que o dinheiro que consegue com o futebol investe na família e na casa onde mora com os pais, mas faz questão de ressaltar que o salário não chega a ser de astro do futebol internacional. Futebol dá para tirar um bom salário. Eu não ganho milhões como outros jogadores, mas consigo ter uma vida boa. Eu moro com os meus pais, mas, quando estou com o time, fico no alojamento do clube - revelou.
De olho na Europa
Arez acredita que pode conquistar voos mais altos e vestir a camisa de um clube mais famoso, como os times da Europa. A inspiração para atingir a melhor forma em campo vem de um experiente jogador italiano, o volante Andrea Pirlo, da Juventus. Eu me espelho em Pirlo. Assisto aos jogos dele e busco ter a frieza, a habilidade e a tranquilidade que ele mostra em campo. Eu acho que ele é um dos melhores jogadores do mundo - analisou. Mas o primeiro passo para ser conhecido no cenário internacional é jogar por outro clube brasileiro. Arez fala que, devido à organização do clube, o objetivo na carreira é defender o Grêmio e ser treinado pelo experiente Luiz Felipe Scolari. Já quanto ao clube do exterior, a meta é mais alta, até chegar ao Barcelona, da Espanha. Se fosse no Brasil, queria jogar no Grêmio, por conta da torcida, e o clube que é organizado. Eles têm uma boa estrutura. Já fora, seria muito bom jogar no Barcelona, e dividir o time com aqueles craques. Vou manter meu trabalho forte para chegar em um clube desse nível - finalizou.
Por Natal

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