Os holandeses fizeram bobinho no campo da Fonte Nova para se preparar
para o jogo desta quinta (5), mas seu inimigo imaginário não apareceu.
O Goleiro reserva da seleção holandesa Krul substituiu Cillessen, defendeu pênalti ajudou na classificação da Holanda à semifinal. No
lugar dele entrou a Costa Rica, que protagonizou um dos jogos mais
eletrizantes desta Copa e só se deixou ser vencida nos pênaltis, após
arrastar um 0 a 0 prorrogação adentro. Se bobo não havia, é
preciso dizer que um muito esperto, o técnico Louis van Gaal, que
colocou um goleiro só para pegar pênaltis, e isso decidiu o jogo. Porque
até ali a estrela da partida estava do outro lado do gramado: o goleiro
costa-riquenho Navas. Quando acabou o tempo regulamentar, contavam-se
39 fotógrafos atrás de sua meta. Quase o dobro dos 21 postados
aguardando um gol da Costa Rica. A torcida da Costa Rica passou o jogo
inteiro avisando-os de que estavam mal posicionados: "Sí, se puede" e
"Vamos, los Ticos, que esta noche tenemos que ganar". O que os
profissionais acabaram registrando foram imagens para o álbum de
recordações de Navas. Clicaram quando ele parou Van Persie na cara do
gol. Quando pegou um chute de Sneijder. Quando evitou um gol de Depay
pela esquerda. Quando saltou para tirar a cobrança de falta de Sneijder.
Quando se antecipou e evitou que um lançamento de Robben para Van
Persie fosse completado. Quando se mostrou pronto para salvar um chute
de Sneijder, não tivesse a trave feito o serviço antes. Num raro momento em que Navas não compareceu, havia Tejada, que salvou em cima da linha um gol da Holanda já nos acréscimos. O
técnico da Holanda, Louis van Gaal, apostou no ataque como nunca antes
nessa Copa. Colocou em campo um terceiro atacante, Depay. Só não contava
com o apagão de Van Persie, que não só fez naufragar seguidos ataques
por ficar em impedimento como furou uma bola sozinho, na cara do gol, já
nos acréscimos do tempo regulamentar -quem viu a cara de Van Gaal após o
lance não precisa de intérprete de holandês para saber sua opinião. A
opção de incluir Depay criou um dominó de ruídos no time holandês. O
lateral Verhaegh foi para o banco, e Kuyt foi movido para a direita,
onde teve dificuldades para se entender com Robben. Na esquerda, antes
ocupada por Kuyt, ficou Blind, que virou alvo de seguidas bolas nas
costas do ataque costa-riquenho. Num jogo muito tático, a Holanda
não emplacou sua arma favorita, o contra-ataque, inclusive por ter mais
posse de bola, e a Costa Rica tinha seu responsável pelas saída de
jogo, o meia Celso Borges, marcado de perto por Wijnaldum. Mais
divertidos foram os confrontos de Robben com a defesa da Costa Rica. Ele
amarelou quatro adversários: Díaz, Umaña, González e Acosta. Numa das
faltas, o banco inteiro da Holanda levantou para pedir cartão. Noutra, o
zagueiro González sinaliza com as duas mãos para o árbitro que ele
estava se atirando -coisa que Robben admitiu ter feito contra o México,
nas oitavas. Os holandeses colocaram um colete térmico para
manterem o corpo aquecido ao fim do tempo normal, mas as nuvens mandaram
chuva assim que começou a prorrogação. Era o prenúncio de que o
céu não estava para holandês na prorrogação. Quem esteve mais perto de
matar o jogo foi a Costa Rica, com Urena, que apareceu livre na área
para finalizar, mas Cillessen defendeu. A Holanda teve sua chance com
Sneijder, mas havia uma trave no caminho. Foi aí que Krul
apareceu na história. O técnico Van Gaal tirou Cillessen e colocou o
goleiro reserva para defender os pênaltis. Foi ele que pegou a cobrança
do melhor jogador da Costa Rica, Bryan Ruiz, e de Umanã. A Holanda vai agora enfrentar a Argentina no Itaquerão, na quarta (9), por uma vaga na final contra Brasil ou Alemanha.
Ficha técnica:
Holanda 0(4) x 0(3)Costa Rica
HOLANDA:
Cillessen (Krul); De Vrij, Vlaar e Martins Indi (Huntelaar); Wijnaldum,
Sneijder, Kuyt e Blind; Robben, Van Persie e Depay (Lens). T.: Louis
van Gaal
COSTA RICA: Navas; Gamboa (Myrie), Acosta, González, Umaña e
Díaz; Tejeda (Cubero), Borges, Bryan Ruiz e Bolaños; Campbell (Ureña).
T.: Jorge Luis Pinto
Estádio: Fonte Nova, em Salvador
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Cartões amarelos: Martins Indi, Huntelaar (HOL); Umaña, Diaz, González, Acosta (COS)
Público: 51.179 pagantes
Gols nos pênaltis: Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt (HOL); Borges, González e Bolaños (COS)
Fonte: Folhapress - Salvador
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