A Justiça de Trabalho deu ganho de causa nos dois
processos movidos por ex-funcionário contra a LDM. O primeiro referente
ao tratamento do gramado, que chega aproximadamente a 180 mil reais. E a
segunda causa devido às madrugadas que trabalhou.
Ramon Nobre – Da RedaçãoDos 53 anos de Valderi Franco de Oliveira, 15 foram destinados a cuidar do Estádio Manoel Leonardo Nogueira. Encarregado de recuperar o gramado, o ex-funcionário da Liga Desportiva Mossoroense (LDM), popularmente conhecido como ‘Borracha’, conhece a praça esportiva como poucos. Borracha trabalhava praticamente durante todo o dia. Entrava às 4h e saía apenas às 22h. É tanto, que ele era o responsável por abrir e fechar os portões do Nogueirão. Não existia 13º salário, férias, horas extras, feriados e intervalos de trabalho adequados. Durante todo o tempo de serviços prestados ao futebol mossoroense, ele afirma que nunca recebeu o que deveria. Procurou entrar em acordo com ex-presidentes da LDM (Pedro Teodoro e Francisco Simone). Pediu apenas um computador e R$ 500,00 pelo tempo que trabalhou. Foi em vão. Até que há quatro anos, Borracha resolveu tomar uma atitude mais enérgica. Foi até um advogado e acionou a liga na Justiça do Trabalho. O computador e os 500 reais que foram negados se transformaram em uma pesada indenização de aproximadamente R$ 300.000,00. O valor não foi pago e o a Justiça do Trabalho divulgou recentemente através do seu site, que o estádio irá a leilão no dia 6 de outubro para que as dívidas trabalhistas sejam pagas. Além de Borracha, a LDM ainda perdeu na Justiça uma causa com outro ex-funcionário. Em frente ao local que hoje evita entrar, Borracha conta que tinha o estádio como sua própria casa, e que recebeu muita pressão de outras pessoas para tomar a atitude de procurar a Justiça. “O Nogueirão era a minha casa. Eu gostava tanto, que esse gramado, Eurico Miranda (ex-Presidente do Vasco da Gama-RJ), deu nota 10, e quem cuidava do gramado era eu. Só Braz (atual presidente) me procurou. Muita gente me motivou. Eu não queria prejudicar eles, mas foi muita pressão. Tive coragem de colocar e até hoje ganhei. Por causa de um computador e R$ 500,00 reais está isso tudo. Não me arrependo porque rodei muito para resolver isso. Eles que estavam com maldade e pensavam que eu não tinha direito “, desabafou. A Justiça de Trabalho deu ganho de causa nos dois processos de Valderi contra a LDM. O primeiro referente ao tratamento do gramado, que chega aproximadamente a 180 mil reais. E a segunda causa devido às madrugadas que trabalhou. “Trabalhei por volta de 15 a 16 anos no Nogueirão. Quando Pedro (ex-presidente da LDM) chegou, me botou para trabalhar à noite e de madrugada. Passei esse período de quatro anos com ele. Fiz uma proposta pelo tempo de serviço que trabalhei para eles me darem R$ 500,00 reais e um computador. Depois, Francisco (substituto de Pedro na LDM) disse que ia me pagar. Ele me demitiu e depois disse que acertava. Esperei quase um ano e três meses”, disse. Apesar de ter trabalhado muito tempo e não ter recebido o que deveria, Borracha chegou a ser barrado no Estádio Nogueirão por duas vezes. Triste, ele conta que isso o motivou ainda mais a procurar os seus direitos. “Fui barrado duas vezes. Primeiro nas cadeiras e depois no portão do Baraúnas. Disseram que era ordem. Isso me motivou mais ainda para eu colocar na justiça. Trabalhei muito tempo e me barraram”, lamenta.
BRAZ
Apesar das mágoas antigas com ex-presidentes, Borracha elogiou bastante Francisco Braz, atual presidente da LDM. Com Braz, ele trabalhou em parte da Série C do ano passado, quando o Baraúnas participou da competição, para tratar o gramado do estádio. Nesse ano, Borracha também ajudou a liga com alguns serviços prestados quando o Nogueirão veio a ser interditado pelo Corpo de Bombeiros. “É um amor de pessoa. Trabalhei seis meses com ele. Gente boa mesmo. Se todo presidente fosse da qualidade de Braz não existia isso que está acontecendo hoje”, ressalta. Ele explica que Braz procurou entrar em um acordo. Chegou a oferecer até mesmo o seu carro para que retirasse a causa da Justiça. Apesar de admirar a boa vontade do atual presidente da liga, já era tarde demais. Não existe mais acordo a não ser que a dívida seja paga totalmente. “Ele queria me dar o carro dele para fazer acordo. Aí eu disse que não podia porque tinha que falar com o advogado. Mas não tem acordo. O advogado falou que quer receber até os centavos”, afirmou.
Fonte: Gazeta do Oeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário