O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Lutador do UFC cria projeto para afastar crianças das ruas em Natal

Ronny Markes - projeto Lutando para Vencer (Foto: Jocaff Souza)
Ronny Markes funda projeto 'Lutando para Vencer'
na Vila de Ponta Negra(Foto: Jocaff Souza)
 
Uma comunidade carente, com infraestrutura deficitária e com altos índices de criminalidade. A Vila de Ponta Negra, região da zona Sul de Natal, tem carências não somente na parte urbanística e de segurança, mas também na desportiva. Apesar de vários pontos contra, um projeto social está resgatando várias crianças das ruas e levando-as ao esporte. No lugar de armas e drogas, o material utilizado é o tatame e o quimono. A ação, denominada de "Lutando para Vencer", é coordenada pelo lutador do UFC, Ronny Markes. Nascido em Natal e criado na Vila de Ponta Negra, região conhecida como centro dos pescadores, o lutador potiguar tinha o sonho de montar um local para que seus amigos pudessem brincar fora da escola, sem os riscos que existem nas ruas. - Esse projeto é uma ideia que eu já tinha há muito tempo. Eu sou 'filho da Vila' e queria muito dar esse presente às crianças daqui. Eu acho que todo cidadão deve ter acesso ao esporte, principalmente as crianças - disse Ronny ao GLOBOESPORTE.COM. O projeto reúne 40 crianças, com idade entre 6 e 14 anos, todos moradores da Vila de Ponta Negra. Os treinos são realizados três vezes por semana. Para participar do projeto, além da vontade de lutar, as crianças precisam estar bem também em outro ponto: na escola.
Ronny Markes - projeto Lutando para Vencer (Foto: Jocaff Souza) 
Ronny Markes dá aulas de jiu-jitsu a crianças com idade
entre seis a 14 anos(Foto: Jocaff Souza)
Passamos noções de disciplina, educação e cidadania para essas crianças. Para participar do projeto, todos precisam estar matriculados em escolas e com boas notas. Além disso, caso algum aluno esteja passando por uma dificuldade, iremos à casa dos pais para saber o que está acontecendo. Queremos ajudar essas crianças, que moram numa região muito complicada, mas que podem vencer na vida - explica Markes. Para custear as aulas, Ronny recebeu a ajuda de parceiros e patrocinadores, que doaram os tatames e quimonos para as crianças. Para o lutador, a ideia é que o projeto cresça ainda mais. O lugar já está ficando pequeno para tanta gente. Treinamos no centro comunitário da Vila de Ponta Negra, que é um prédio da Arquidiocese de Natal. Mas para o futuro, precisaremos de um espaço maior, para ensinar mais crianças - planeja.
Dinarte Júnior - projeto Lutando para Vencer (Foto: Jocaff Souza) 
Dinarte Júnior, professor de jiu-jitsu, também é um
dos coordenadores do projeto(Foto: Jocaff Souza)
Para auxiliar nas aulas, Ronny conta com a parceria do lutador e amigo Dinarte Júnior. Professor de jiu-jitsu e cursando Educação Física, Dinarte vê com bons olhos a chance de mudar o destino de algumas crianças.
Eu vou ser pai em breve e vejo nos olhos dessas crianças a busca por algo melhor na vida. Já trabalhei com crianças, mas é o meu primeiro trabalho com crianças carentes. Para mim, é um trabalho diferente, porque elas são carentes financeiramente e de zelo, e aqui passamos um pouco disso, mesmo com a exigência da disciplina - conta Dinarte.
Esporte x criminalidade
Ronny Markes sentiu na pele a violência por conta das drogas. Viu de perto amigos e familiares morrendo devido ao consumo do crack e da maconha. Segundo o lutador, mais da metade dos amigos de infância não resistiram ao que ele chama de "caminho sem volta". As drogas são um caminho sem volta. Muitos amigos meus de infância se misturaram com as drogas e acabaram em caminhos da criminalidade. Em casa, tinha familiares que viviam 'chapados' e eu consegui transpor essas barreiras e vencer na vida - fala emocionado o atleta. Exemplo disso é o artesão Amauri Pereira da Silva. Pai do pequeno Eros José Leitão, de apenas 6 anos, ele ficou muito feliz quando soube do projeto e foi um dos primeiros a inscrever o filho. Ele conta que no esporte o filho poderá construir uma história positiva. É muito gratificante. As crianças são ativas e precisam de uma atividade como essa. Ajuda a gastar a energia de uma forma muito boa, sem estar nas ruas aprendendo o que não presta. O esporte é feito para isso, para mudar a vida das pessoas - concluiu.
Por Jocaff Souza Natal

Nenhum comentário:

Postar um comentário