Os gastos com a Copa do Mundo 2014 no Brasil fluem como um rio que corre  ao encontro do mar. Até a realização do mundial, serão gastos  aproximadamente R$ 5,07 bilhões somente com a construção dos  estádios/arenas multiuso. As  obras, porém, serão produtos finais de uma  engenharia superdimensionada e, de acordo com especialistas,  dispensáveis à maioria das cidades-sede. No Rio Grande do Norte, o  dispêndio começou ainda em 2009 e já soma cerca de R$ 22,3 milhões três  anos antes dos jogos. São consultorias, projetos executivos,  publicidade. 
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| O primeiro projeto do Arena das Dunas foi pago, mas dele, pouca coisa pôde ser aproveitada | 
Já  as obras, se resumiram a derrubada de uma creche e ao cercamento do  estádio Machadão e entorno. Somente o Governo do Estado, gastou cerca de  R$ 13 milhões com a confecção de projetos básicos e maquetes virtuais  em terceira dimensão que acabaram se tornando inúteis. Mesmo com o  cancelamento dos contratos - orçados em R$ 27,47 milhões - com as  empresas Populous Arquitetura Ltda e Stadia - Projetos, Engenharia e  Consultoria Ltda, o Estado arcou com uma despesa de cerca de R$ 10  milhões. O custo foi confirmado pelo secretário extraordinário da Copa  do Mundo 2014, Demétrio Torres.  Para o chefe da Controladoria  Geral da União - Regional Rio Grande do Norte, Moacir Rodrigues de  Oliveira, a fraqueza dos projetos básicos contribuem para os sucessivos  gastos com consultoria. "O que a gente percebe são fragilidades nos  projetos básicos que não tem contemplado a obra como deveria", afirma.  Além disso, segundo ele, a má  contratação dos planos gráficos e  descritivos repercutem na convocação de empresas de consultoria e na  renovação dos certames através de aditivos que infringem a Lei das  Licitações ( nº 8.666/1993). De mãos dadas ao Estado, pelo menos  nos gastos para o mundial sem transparência, a Prefeitura de Natal já  investiu R$ 9,3 milhões em ações voltadas para a Copa do Mundo em Natal.  Os gastos incluem desde repasses à Secretaria Municipal de Turismo e  Desenvolvimento Econômico (Seturde) à contratação por R$ 942.030,00 de  uma Organização  da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), De  Peito Aberto - Incentivo ao Esporte. Há também, os projetos de  mobilidade urbana com vistas ao mundial. O Município contratou o  consórcio paulista EBEI e MWH Brasil por R$ 7.276.034,54 para a  confecção dos projetos executivos do plano de mobilidade urbana que  ainda não saiu do papel quatro meses após a assinatura da ordem de  serviço. Além disso, a entrega do projeto executivo à Caixa Econômica  Federal, financiadora do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no  qual a obra está inscrita, já foi postergada quatro vezes. De acordo com  o secretário de Planejamento de Secretaria Municipal de Obras Públicas e  Infraestrutura adjunto (Semopi), Walter Fernandes de Miranda Neto, as  obras dos lote 1 iniciarão ainda este ano, provavelmente em setembro ou  outubro. Mesmo com todos os atrasos e com a monta envolvida na  contratação de empresas de consultoria cujos trabalhos não são visíveis,  pelo menos por enquanto, a população natalense aprova a realização da  Copa do Mundo. Numa pesquisa encomendada à Certus - Pesquisa e  Consultoria pela TRIBUNA DO NORTE, realizada entre os dias 2 e 3 deste  mês, 68% dos entrevistados aprovam totalmente a vinda da Copa. Em  detrimento de 16,8% que desaprovam integralmente os jogos na capital.  Foram ouvidas 700 pessoas maiores de 16 anos em Natal, São Gonçalo do  Amarante, Macaíba e Parnamirim.
Fonte: Tribuna do Norte
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