Quem
conhece Éderson, sabe do seu jeito calado, tranquilo e até tímido. De
poucas palavras, o atacante do Atlético/PR se transforma dentro de
campo. Corre, ajuda os companheiros e marca. Gols, muitos, seja de
cabeça, de perna esquerda, direita, falta ou pênaltis. Foram tantos
nessa temporada, que ele terminou como artilheiro da série A do
Brasileiro, com 21, depois de 38 rodadas e em várias dela começando no
banco de reservas ou sendo substituído ao longo do jogo. Seus gols
ajudaram a equipe paranaense a conquistar o terceiro lugar na competição
e, os outros quatro marcados na Copa do Brasil, foram fundamentais para
o time ser vice-campeão no torneio, sendo derrotado pelo Flamengo na
grande final. O resultado de tantas boas campanhas nas
competições nacionais renderam ao Atlético/PR, uma vaga na Taça
Libertadores da América na próxima temporada, desbancando times de maior
poder financeiro, como o Fluminense/RJ, Corinthians/SP, São Paulo e
Internacional/RS.
vlademir alexandre
Depois
de uma temporada surpreendente, Éderson foi escolhido
o melhor atacante
da série A, pela Confederação Brasileira de Futebol
Ao
jogador, rendeu todos os prêmios possíveis para um jogador: foi eleito
bola de prata pela revista Placar, ganhou a chuteira de ouro e o troféu
de melhor atacante da série A, pela Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), além de outras premiações. “Esse foi o melhor ano da minha
carreira. Não só por ter conquistado a artilharia da série A, mas,
porque foi a primeira vez que disputei a primeira divisão. Então, fiquei
muito feliz com o que aconteceu essa temporada e agora é me preparar
bem para a próxima, já que a cobrança vai ser muito maior, não só em
mim, como no time todo, por causa da Libertadores”, prevê. De
origem humilde, o atacante, nascido em Pentecostes, interior do Ceará,
vem provando a cada temporada, que tem espaço nos grandes clubes do
futebol brasileiro e no exterior. A boa campanha em 2013 fez com que
diversos times da Ásia, principalmente os chineses, cobiçassem seu
futebol, que pode ser seu destino em 2014. Mas, para quem conhece
Éderson de perto, sabe que nem tudo foi ou está sendo sucesso na sua
carreira. Antes de chamar atenção no Atlético/PR, teve duas
passagens frustadas pelo Ceará e se destacou no ABC, sem nunca conseguir
se firmar como titular ou ser o preferido pelos treinadores, mesmo
marcando muitos gols. Em 2012, por exemplo, começou o ano na equipe
cearense, depois de duas temporadas no ABC. Sem espaço, retornou ao
alvinegro potiguar durante a disputa da série B a ainda conseguiu
terminar a competição como artilheiro da equipe, com 12 gols. Como pertencia ao Atlético/PR, retornou a Curitiba no início da
temporada atrás de uma chance na equipe principal. “Fiquei só treinando,
mas, me preparei para tudo isso que está acontecendo. Na primeira
chance que tive no time, fiz gol e fui conquistando meu espaço. Graças a
Deus fui mostrando serviço, marcando gols e garantindo uma vaga entre
os titulares”, relembra o camisa 77 do Furacão. Coincidentemente,
a primeira partida de Éderson como titular do Atlético/PR, aconteceu no
Rio Grande do Norte. A equipe veio enfrentar o América, pela segunda
rodada da Copa do Brasil, na inauguração do estádio Barrettão, me
Ceará-Mirim. O placar final foi 6x2 para os paranaenses, com dois gols
do atacante. “Esse ano pude realizar muitas coisas dentro do futebol e
conhecer várias pessoas. Vi o Oscar do basquete, conheci o Galvão Bueno,
Júnior, então, não tenho do que reclamar do ano que tive”, afirma. Mas,
caso continue no Atlético/PR para a próxima temporada, a concorrência
vai aumentar pela vaga de titular no ataque. Isto porque, o atacante
Adriano, ex-Flamengo, vem treinando no clube para tentar voltar a jogar
depois de dois anos parado e pode ser reforço para a disputa da
Libertadores. Nem assim, Éderson desanima. “Já passei por tantas
dificuldades na minha vida, por tantas provações, que não me preocupo
com isso. Vou fazer meu trabalho, tentar marcar meus gols e, caso o
Adriano acerte com o nosso clube, vai ser um reforço importante, ele vai
vir para nos ajudar. Além do que, ele é gente boa, tranquilo e não está
gordo do jeito que o pessoal fala”, revela.
Felipe Gurgel/Repórter Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário