Alto custo e arrecadação baixa

Em dificuldade financeira e arrecadando bem menos daquilo que planejava, tanto com a campanha de sócio torcedor onde a inadimplência gira em torno de 50%, quanto nas arrecadações das partidas, onde vem colocando um público médio de 3.748 torcedores, a diretoria do ABC agora planeja desafogar a folha salarial. É com esse pensamento que o vice-presidente interino de futebol, Augusto Azevedo, está negociando as rescisões contratuais com os atacantes Washington e Léo Gamalho, além do lateral Murilo.

Rodrigo Sena 

Um dos maiores salários do ABC, o atacante Washington reclamou

de não estar sendo aproveitado, mas deve mesmo estar entre os dispensados

O presidente alvinegro, Rubens Guilherme, deixou claro que, no momento, a intenção não é de trazer reforços essas posições e a intenção é tão somente baratear os gastos com o futebol. A alternativa é emergencial para evitar o acúmulo de dívidas, uma vez que os atletas que estão negociando, não vêm sendo aproveitado pelo treinador Márcio Goiano. "São três jogadores com salários altos e realmente nós estamos em negociação com eles para realizar uma rescisão contratual amigável. As conversas estão muito no início e não podemos prevê o resultado dela", informou Rubens Guilherme, ressaltando que a notícia dando conta de que Washington estaria exigindo R$ 600 mil para fazer acordo com o clube, não é verídica. "Esse valor é irreal, se o jogador realizar a pedida desse montante será melhor deixar ele no clube e pagar os salários", frisou. Com a média de público bem aquém da esperada e o rombo no projeto do sócio torcedor, o clube está sendo obrigado a se utilizar de outros tipos de receitas para complementar a folha de pagamento do departamento de futebol. Mas o atacante Washington não se mostrou disposto a deixar o clube. Ele disse que está com o salário em dia, possui vínculo até dezembro de 2013 e garante querer continuar defendendo o clube. O problema é que a diretoria pretende abreviar a estada do atacante no clube e há dois dias impede o jogador de treinar. "Eles não estão me fornecendo o material para trabalhar", reclamou. O vice-presidente administrativo do ABC, Wilson Cardoso, ressaltou que a direção do clube está convencida de que não pode mais se dar ao luxo de manter o Frasqueirão apenas como um estádio para se jogar futebol. "Li uma matéria com o presidente do Botafogo falando sobre o Engenhão, que já é usado como arena. Ele disse que num mês, com os aluguéis a Flamengo, Fluminense e eventualmente ao Vasco, o clube arrecada R$ 400 mil. Enquanto isso, num único show de Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, o clube faturou R$ 1,2 milhão", destacou. No próximo dia 30, ainda dentro das comemorações do aniversário do ABC, dia 29 de junho, será realizado um projeto piloto com Proerd, um Programa de Erradicação das Drogas desenvolvido pela Polícia Militar, que vai formar 8 mil alunos e escolheu o Frasqueirão como palco para festa. "Esse vai ser um teste", frisou.
Fonte: Tribuna do Norte