 Trabalhadores protestaram ontem em frente a sede da Delegacia Regional do Trabalho, na Ribeira. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
Os
cerca de 550 operários da construtora OAS que trabalham nas obras do
estádio Arena da Dunas paralisaram ontem as atividades para pedir
equiparação salarial com os demais trabalhadores que atuam na construção
de outros estádios que serão palco dos jogos na Copa do Mundo de 2014.
Em atitude de protesto, eles tomaram a BR-101, bloquearam o trânsito e
seguiram em passeata desde Lagoa Nova até a sede da Delegacia Regional
do Trabalho, no bairro da Ribeira, provocando engarrafamentos tanto na
rodovia quanto nas vias de acesso. Liderados pelo Sindicato da
Construção Civil, eles foram recebidos na DRT pelo mediador Cláudio
Gabriel de Macedo Júnior que convocou, em caráter de urgência, às 10h de
hoje, uma mesas de negociação com os representantes da construtora. Na
manhã de hoje, os trabalhadores prometem fazer vigília em frente à sede
da DRT até o final da reunião. Na pauta de reivindicações, os operários
pedem aumento salarial, pagamento de horas extras, incorporação de
benefício de plano de saúde e aumento da cesta básica. Atualmente, o
contracheque do profissional é de R$ 847,00, enquanto que o ajudante
recebe R$ 675. Eles querem uma majoração para R$ 1.580,00 e R$ 1.100,
respectivamente, além do aumento da cesta básica para R$ 280, conforme
vem sendo praticado na construção de outros estádios que serão sede da
Copa. Audiência com representantes da OAS, responsável pela obra, está
marcada para esta terça-feira. Segundo o diretor financeiro do
Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Luciano Ribeiro da
Silva, a paralisação da categoria já foi anunciada desde o dia 6
passado, quando foi realizada uma assembleia e apresentada a ata da
reunião à construtora. No documento, a categoria deu um prazo de dez
dias para a OAS se pronunciar sobre as reivindicações sob pena de, em
48h, haver a paralisação e consequentemente o indicativo de greve. "Como
os representantes da construtora afirmaram que somente em 30 dias é que
iriam se posicionar, resolvemos paralisarpor tempo indeterminado, com
indicativo de greve e pedir a intermediação da Delegacia Regional do
Trabalho", disse Cláudio Gabriel (Xuxa). Procurado pela
reportagem, o diretor de marketing da OAS, Arthur Couto falou que a
empresa está cumprindo o acordo do dissídio de novembro. "Agora, vamos
participar da reunião com o Ministério do Trabalho e tormar conhecimento
das reivincações para só depois desenvolvermos nossa proposta", disse.
Sobre a diferença salarial entre os trabalhadores das demais arenas no
país, Arthur argumentou que cada obra tem suas especificidades, suas
características, e não se pode fazer comparações, apesar do salário
mínimo ser unificado nacionalmente. Ele também acredita que a
paralisação dos trabalhos não vai prejudir o cronograma da obra:
"Estamos adiantados, isso não vai atrasar, mas a OAS vai para a reunião
com o intuito de resolver a situação o mais depressa possível".
Fonte: Diário de Natal
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