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domingo, 10 de novembro de 2013

Preparadores físicos dos clubes criticam o calendário

Um dos grandes vilões, senão o maior deles, para esse desgaste físico dos jogadores, de acordo com os preparadores, é o calendário do futebol brasileiro. Muitos jogos em pouco tempo, com times fazendo até três partidas por semana, sem horário para treinos e só descanso. Para se ter uma idéia, até o final da série B, ABC e América terá realizados, em média, 60 partidas ao longo de toda a temporada, um número considerado absurdo, se levarmos em conta o calendário europeu, por exemplo.
Júnior SantosO preparador Rogério Juidecce, do América veio como solução 
O preparador Rogério Juidecce, do América veio como solução
“Nossa pré-temporada de início de ano não é a ideal para suportar um calendário tão cheio de jogos como o nosso. O estadual do próximo ano, por exemplo, começa no dia 12 de janeiro, sendo que os jogadores só vão se reapresentar no dia 30 de dezembro. Não tem como, em menos de 15 dias, deixar todos os atletas em condições de suportar a temporada. Aí, durante o ano, temos que ir fazendo manutenções, já que tempo para aprimorar a parte física não temos”, afirma Flávio Paiva, preparador do ABC. Além do calendário, outra situação é ponto de reclamação dos preparadores: as longas viagens entre um jogo e outro, na série B. De acordo com os profissionais, são muitos deslocamentos, muito tempo em aeroportos e um desgaste natural da parte física. “A logística dessa série B complica a situação dos atletas. Vamos fazer um jogo contra o América/MG em casa e na quarta-feira, já temos que viajara para Santa Catarina, porque vamos ter jogo lá. Como disse, não tem o que se fazer”, explica Rogério Juidecce, do América. Opinião compartilhada pelo preparador físico do ABC, que condena o excesso de jogos e viagens. “Fica difícil treinar sem essa quantidade de jogos. Passamos muito tempo em aeroportos e podíamos estar treinando, se tivéssemos um calendário melhor, mais apropriado, com menos jogos. Mas, como não podemos mudar isso, vamos tentando evitar lesões nos jogadores”, finaliza Paiva.
No Limite
A 20 dias para do fim da Série B do Campeonato Brasileiro, os preparadores físicos de ABC e América revelam que os jogadores estão no limite do condicionamento físico. “Não tem muito o que se fazer nessa reta final de competição. O que estamos fazendo é apenas uma manutenção nos jogadores”, disse Flávio Paiva, do alvinegro. “Nesse momento, temos apenas que treinar, sem muito esforço, para não perder um atleta por lesão nessa período que falta para terminar a competição”, completa o preparado americano, Rogério Juidecce.
Adriano AbreuTrabalhos de recuperação dos jogadores do ABC têm sido a tônica devido à pressão sofrida pelo time 
Trabalhos de recuperação dos jogadores do ABC têm sido
a tônica devido à pressão sofrida pelo time
Mesmo com a parada para a disputa da Copa das Confederações, o que, teoricamente daria tempo para fazer um reforço muscular nos atletas, não foi da maneira esperada. No alvinegro, a direção do clube decidiu remontar o elenco, contratando cerca de 16 jogadores, para livrar o time do rebaixamento e alguns chegarem ao time vindo de muito tempo parado, apenas treinando em separado nos seus antigos clubes. “Essa situação de queda de rendimento físico já era esperado aqui no ABC. Os atletas chegaram durante a competição, estando parados há muito tempo e não tiveram como aprimorar a parte física. Chegaram e foram jogar. Sabíamos que eles iam aguentar três, quatro jogos e depois as dores e contusões iam aparecer. Por isso que estamos fazendo apenas um trabalho de manutenção”, afirma Flávio Paiva. No América, o panorama foi outro. A direção do clube, insatisfeita com o rendimento físico dos atletas, antes da parada para a Copa das Confederações, decidiu trazer de volta, o preparador físico Rogério Juidecce. Mesmo sem ter iniciado um trabalho no começo da temporada, o profissional, junto com os seus auxiliares, conseguiram desenvolver um trabalho de prevenção, que evitou lesões mais graves nos atletas americanos. “Fizemos todo um planejamento preventivo para que os jogadores não tivessem lesões musculares e estamos conseguindo evitar que isso aconteça. Nosso índice de lesão é muito pequeno e o que temos mais aqui são traumas. Agora, nesse momento, deixamos de ser preparadores físicos para apenas recuperarmos os atletas. Não tem mais como crescer, fisicamente, nesse momento da competição”, revela Juidecce. Além de todo o esforço físico que os atletas de ambos os times fazem durante os treinos e jogos, a pressão psicológica entra em campo nesse momento. No ABC, o clube tem uma semana para, praticamente decidir seu futuro dentro da série B. Joga terça-feira, contra o Figueirense, em Florianópolis/SC e na sexta-feira, diante do ASA, no Frasqueirão. Dois jogos em menos de quatro dias e ambos decisivos na luta contra o rebaixamento. No alvirrubro, a situação é parecida. Joga terça-feira, contra o América/MG, no Nazarenão e na sequência, viaja para enfrentar o Avaí, em Santa Catarina. Mas, ao contrário do alvinegro, a situação na tabela de classificação é mais tranquila e, uma vitória diante dos mineiros, praticamente garante a permanência do time na série B de 2014. “A pressão psicológica pesa nesse momento. O ABC vem, em todos os jogos, fazendo uma decisão e vamos definir nosso futuro em 2014 nessa semana. Esse momento é complicado para os jogadores e acaba refletindo na parte muscular. Mas, como disse antes, temos que estar preparados para tudo e fazer apenas a manutenção dos atletas”, disse Paiva. “Na verdade, nosso time está sabendo lidar bem com essa situação. Nossos jogadores estão empolgados e todo mundo quer entrar em campo. Aqueles que ficam de fora, mostram até um certo descontentamento por não puderem entrar em campo como titulares. Então, acho que essa pressão não está afetando nosso elenco”, afirma Juidecce.
Fonte: Tribuna do Norte

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