Adriano Abreu
Estrela do ABC na temporada passada, Gilmar renovou
o contrato até 2015, mas não vem jogando
Tanto
ABC, quanto o América, vivem dilemas parecidos na atual temporada.
Vários jogadores foram contratados para serem as referências dentro de
campo, mas, por diversos motivos, só oneram a folha de pagamento do
clube, dificultando o custo-benefício. No alvinegro, para se ter uma
ideia, nomes como Gilmar, Xuxa, Júnior Timbó, Rogerinho e Rodrigo Silva,
todos contratados para serem titulares, não estão conseguindo provar,
em campo, o investimento feito neles. “É complicado para o clube,
porque não queremos errar. Mas, são coisas que acontecem. Os jogadores
não conseguem render o esperado, são pouco aproveitados e acabam
inflando a folha salarial. E, por causa da Lei Pelé, fica até difícil
fazer acordo para tentar negociar o atleta. Todo o ônus fica para o
clube”, afirmou o assessor de futebol do ABC, Judas Tadeu, afirmando
que, mesmo com esse “problema” que o clube tem para administrar, a
situação financeira do ABC é de certa tranquilidade. “Com esse
planejamento da atual direção, todos os esforços do clube estão voltados
para o futebol, por isso estamos com os salários de quem tem contrato
em dia. Mas, claro que se pudéssemos ter uma aliviada na folha salarial,
poderíamos investir em outros setores do clube”, revela Judas Tadeu. Outro
atleta do ABC que foi contratado com um alto salário e não vem sendo
aproveitado regularmente por Zé Teodoro é o atacante Beto, que já chegou
a treinar em separado do elenco principal, foi reintegrado e não vem
tendo mais chances. O caso de Gilmar é que o jogador vem se tratando de
uma contusão há mais de 30 dias e ainda não tem prazo para voltar ao
campos. Mesmo problema que o clube passou com Rogerinho e Dênis
Marques, as maiores contratações do ABC para essa temporada. Os
jogadores ficaram mais de 30 dias sem jogar, por contusão. “Temos
que conviver com problemas de contusão, de jogadores que não conseguem
ter uma conduta profissional e criam problemas fora de campo e tudo é o
clube que tem que arcar. Antes de 2009, eu negociava diretamente com o
jogador e resolvia essas situações. Hoje, com essa nova lei, se o
jogador não conseguir um clube para ir, com um contrato bom, ele prefere
cumprir o contrato todo, sem jogar, do que sair. E se o clube quiser
rescindir, tem que pagar todo o restante que falta do contrato. É
difícil”, desabafa Tadeu.
Junior Santos
Isac se mostrou insatisfeito por estar na reserva
e quase deixou o América na última semana
No
América, a situação é um pouco diferente. Os jogadores considerados
caros, não estão jogando, em sua grande maioria, por causa de lesões.
Com exceção de Isac, todos os outros, como o goleiro Fernando Henrique, o
zagueiro Edson Rocha e o meio campo Artur Maia, estão em tratamento
médico, ainda sem previsão de retorno. “Lógico que tem um impacto
na folha salarial, mas, no nosso caso, a situação é outra. Esses
jogadores que são considerados os mais caros, estão fora por motivo de
contusão e não por queda de rendimento. Por isso estamos tranquilo. E,
quando eles se recuperarem, vão ter que brigar, no campo, pela vaga de
titular. É assim que tem que ser”, afirma o vice de futebol americano,
Ricardo Bezerra. Um dos maiores problemas que os dirigentes tem
que lidar, é a insatisfação dos jogadores que não estão tendo
oportunidade. Para Ricardo Bezerra, tudo se resolve com uma conversa
séria, para tudo ficar esclarecido. “Já tivemos problemas desse tipo em
outras temporadas. Alguns jogadores extrapolavam fora de campo, não
jogavam e ainda reclamavam. A gente conversa, explica a situação e tenta
contornar. O que não pode deixar é tumultuar o ambiente. Mostramos a
necessidade que ele tem de se dedicar mais. Só assim a chance vai voltar
a aparecer”, explica. É mais ou menos a situação que está
atravessando o atacante Isac, do América. O jogador se mostrou
insatisfeito por não estar sendo titular e acabou sendo afastado pelo
presidente do clube, Gustavo Carvalho. Pouco tempo depois, conversou com
o técnico Oliveira Canindé. “O Isac é um bom menino. Uma vez ele pediu
para falar comigo e perguntou o que podia fazer para ajudar. Ele está
muito distante do que pode ser. Como é que vou forçar a barra e tirar o
Max? Eu preciso de um equilíbrio. O Isac teve as oportunidades e não
aproveitou, o Max aproveitou eu não posso fazer nada. Vou tirar o Max? O
Alfredo? O Pimpão? Como é que eu mexo? Como é que eu faço? Não
sacaneio com ninguém, não quero atrasar a vida do Isac, mas não posso
fazer nada, é ele continuar trabalhando e esperando o momento dele”,
disse Canindé, explicando a situação.Fonte: Tribuna do Norte
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